O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira, 26, que será difícil a Selic fechar 2023 abaixo dos dois dígitos, mas espera uma redução mínima do atual patamar de 13,75% ao ano para 12%.

“Dificilmente (Selic abaixo de dois dígitos). Estamos iniciando o ciclo de cortes agora. Espero que fiquemos no mínimo em linha com o mercado”, disse.

+Powell: Não uso o termo ‘otimismo’, mas há um caminho para pouso suave na economia dos EUA

Em entrevista ao portal Metrópoles, o ministro disse que o governo já estudou de tudo para derrubar os juros e que ao menos 70% do mercado precifica uma queda de 0,5 ponto porcentual na Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na semana que vem. Ele disse que o País precisaria de oito reuniões do Copom para promover oito reduções de 0,5 p.p. da Selic para chegar na taxa de juros do México.

Ele observou que a inflação dos últimos 12 meses está abaixo de 3,2%, mesmo com a reoneração dos combustíveis. Também disse que a projeção para 2023 é inferior a 5%. O ministro também lembrou que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que inflação de 2022 foi baixa devido a desoneração de combustíveis e que a reoneração não impactou o indicador.

Para ele, o problema da inflação em queda e Selic estacionada em 13,75%, foi a escalada da taxa real de juros. Para o ministro, o espaço de queda de juros vai ajudar o fiscal. Já a melhoria do aspecto fiscal, influenciará novas reduções dos juros.

Haddad rechaçou que a indicação de Gabriel Galípolo e Ailton Aquino para a diretoria do BC tivesse como objetivo a formação de uma “bancada” do Copom. Ele fez uma comparação e disse que assim como o governo melhorou a relação com o Judiciário e Legislativo, também almeja o mesmo com o Banco Central.