As primeiras medidas de sua equipe revelam que o novo governo começa pisando no freio dos gastos públicos para evitar o mal maior: o crescimento da inflação. Por enquanto, ela decidiu segurar o apetite do dragão na boca do caixa. Liberou menos dinheiro que Lula para cobrir despesas não obrigatórias em janeiro. Novos cortes vêm por aí. A nova ministra do Planejamento, Miriam Belchior, assumiu com o duplo desafio de conter despesas e acelerar os investimentos do PAC. Faz sentido. Dilma sabe muito bem que, se não arrumar as contas nacionais logo no início do mandato, corre o risco de ficar sem fôlego para estimular o Brasil a crescer de forma sustentada pelos próximos anos. 

 

52.jpg

 

Gastos públicos excessivos levam a altas de impostos e juros, aumentam o endividamento público e privado e diminuem a competitividade do País. No final, quem paga o pato desse desequilíbrio é sempre o cidadão comum, especialmente o de renda mais baixa. 

 

Para segurar as fortes pressões da base aliada no Congresso Nacional, Dilma terá de comportar-se como uma Dama de Ferro. Esse título pertenceu a Margareth Thatcher, a poderosa primeira-ministra do Reino Unido por 11 anos, até 1990. 

 

Defensora intransigente da austeridade fiscal do governo, Thatcher costumava recomendar a mesma política aos súditos da rainha Elizabeth. Seus conselhos eram simples: não gastem mais do que ganham, não estourem a fatura do cartão de crédito. 

 

Quem faz o contrário não tem sobra financeira para investir no bem-estar futuro da família. Sem investimento, não há crescimento. Se você fez a lição de casa e tem dinheiro disponível para investir, precisa estar atento ao que acontece em Brasília.

 

O País segue crescendo, as empresas continuam investindo no mercado interno para aproveitar a revolução do consumo da classe média capitaneada por Lula. Porém, é hora de correção de rota, o que traz novas oportunidades e riscos. 

 

As decisões de Dilma e sua equipe nas próximas semanas irão afetar juros, câmbio, bolsa e outros ativos daqui para a frente. Os novos rumos do debate econômico, as expectativas dos especialistas e as melhores estratégias de investimento recheiam as páginas desta edição da DINHEIRO, no guia ONDE INVESTIR EM 2011. Boa leitura.