18/03/2015 - 0:00
Os prognósticos para a economia brasileira continuam se deteriorando. Semana a semana, as previsões do mercado financeiro, medidas pelo boletim Focus, indicam projeções de quedas cada vez mais drásticas do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 e altas cada vez mais pronunciadas da inflação.
O cenário externo também não vai bem. O Federal Reserve (Fed, o banco central americano) indicou, em sua reunião nesta quarta-feira 18, que poderá começar a elevar os juros nos Estados Unidos ainda em junho. No entanto, as ações brasileiras estão cravando a segunda alta seguida. Em dois dias, o Índice Bovespa avançou 5,3% e fechou a 51.444 pontos.
As razões para a alta são políticas. Além de as pesquisas de opinião mostrarem Dilma Rousseff com um índice de rejeição de 62%, comparável aos 68% de Fernando Collor de Mello em setembro de 1992, pouco antes do impeachment, o Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou investigar os atos praticados pelo Conselho de Administração e pelo Conselho Fiscal da Petrobras entre 2003 e 2010.
O TCU vai investigar Pasadena e a Lava Jato, que ocorreram quando Dilma presidia o Conselho. Não fosse o suficiente, na noite da quarta-feira, as lideranças da oposição vão solicitar ao ministro Teori Zavascki, do Superior Tribunal Federal, relator dos inquéritos que apuram o envolvimento de autoridades e congressistas na Lava Jato, que o Supremo determine a abertura de inquérito contra a presidente da República.
Tudo isso indica um governo fraco e sem margem de manobra. Na interpretação do mercado, um governo sem alternativas a não ser acertar as contas.