19/02/2016 - 0:00
Ao que tudo indica, Dilma desistiu de governar a economia. Empurrou para o final de março a decisão sobre qualquer proposta de ajuste e, até lá, deixa o barco correr. Sem rumo, ao sabor das circunstâncias (que não são nada boas). À espera, quem sabe até, de um milagre. É a esculhambação geral! O governo largou mão de fazer algo, por inapetência mesmo. Falta de noção de como resolver o buraco criado por ele próprio. No final do ano passado, a equipe econômica falava em cortes da ordem de R$ 60 bilhões.
Agora diz que planeja (quem acredita?) uma redução de, no máximo, R$ 24 bilhões nas despesas. Os números oficiais perderam a credibilidade há muito tempo. Sempre são revistos para baixo. Na ponta da meta de superávit, o ex-ministro Joaquim Levy ameaçou sair, em fins de 2015 (como acabou acontecendo), se o número não fosse fechado em 0,7% (positivo) do PIB. Dilma concedeu 0,5%. Atualmente, discute-se uma nova artimanha orçamentária para permitir que as contas fechem com um déficit de 1% do PIB em 2016. O ano mal começou e a variação na meta, para pior, foi tremenda.
É de se imaginar que esse déficit poderá crescer ainda mais. Dilma diz que não há onde cortar. O surpreendente é que até aqui ela, na prática, não apresentou qualquer modelo de enxugamento da máquina. Continua com o seu imenso séquito de quase 40 ministérios – boa parte sem função – e uma estrutura de funcionalismo público capaz de dar inveja a qualquer marajá. Governos petistas como o de Dilma não sabem mesmo cortar. Gastam o que têm e correm a cobrar mais impostos para gerar caixa. A irresponsabilidade administrativa com o dinheiro público é gigantesca. O Estado já toma, em impostos, quase 40% da renda da população e das empresas, numa sanha insaciável. E quer mais.
Diz que a CPMF é a única saída para arrumar o País. Ninguém aposta um centavo nessa promessa. A economia segue ladeira abaixo por pura incompetência federal. O PIB do ano passado, pelo que mostram as estatísticas, deve ficar em calamitosos 4% negativos e, na soma 2015-2016, pode alcançar impressionantes 9% de queda. Um desastre que empurrou o Brasil para a pior recessão de toda a sua história. Desse problema, Dilma e sua entourage dão sinais de que não querem nem saber.
(Nota publicada na Edição 955 da Revista Dinheiro)