Dinamarquesas serão obrigadas a se alistar aos 18 anos. Vagas que não forem preenchidas por voluntários serão sorteadas entre homens e mulheres. Medida visa reforçar a defesa nacional.A Dinamarca ampliou nesta terça-feira (01/07) as regras de seleção de jovens para o serviço militar obrigatório para incluir mulheres, que poderão ser convocadas por meio de um sorteio.

Até então, as mulheres, que representavam cerca de 24% dos recrutas no ano passado, podiam ingressar nas Forças Armadas apenas de forma voluntária.

Com a nova regra aprovada pelo Parlamento dinamarquês em 2023, dinamarquesas que completarem 18 anos a partir de 1º de julho de 2025 deverão obrigatoriamente se apresentar e passar por uma avaliação física, conforme já ocorre com os homens.

Caso o número de voluntários não seja suficiente para preencher todas as vagas, homens e mulheres que forem considerados fisicamente aptos passarão pelo mesmo sistema de sorteio que definirá se serão recrutados.

A nova lei também amplia o serviço militar obrigatório de quatro para onze meses, divididos em cinco meses de treinamento básico e outros seis de treinamento operacional.

O objetivo do país é elevar o número de recrutas anuais de 4,7 mil para 6,5 mil até 2033. A Dinamarca hoje conta com 9 mil militares na ativa.

As reformas de paridade de gênero nas Forças Armadas dinamarquesas foram originalmente delineadas para serem implementadas no início de 2027, mas acabaram sendo antecipadas.

Escalada de tensões pressiona recrutamento

O movimento faz parte de um esforço militar mais amplo das nações nórdicas para fortalecer sua defesa diante do aumento das tensões de segurança na Europa.

Em fevereiro, o governo da Dinamarca anunciou planos para elevar os gastos com defesa para mais de 3% de seu Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, seguindo o movimento dos países da Otan.

Em 2017, a vizinha Suécia também tornou obrigatório o serviço militar para homens e mulheres. Já a Noruega introduziu sua própria lei aplicando o alistamento militar para ambos os sexos em 2013.

O coronel Kenneth Strøm, chefe do programa de alistamento da Dinamarca, afirmou à agência de notícias AP que a medida se baseia na “atual situação de segurança”.

“Aumentar o número de recrutas simplesmente levaria a mais poder de combate”, disse.

Katrine, uma recruta da Guarda Real Dinamarquesa que preferiu não divulgar seu sobrenome, concorda.

“Diante da situação mundial atual, é necessário ter mais recrutas, e acredito que as mulheres devem contribuir igualmente, como os homens”, disse à agência de notícias Reuters.

Segundo ela, as Forças Armadas estão adaptando instalações e equipamentos para atender melhor às necessidades de um número maior de militares mulheres.

gq (Reuters, AP, ots)