A presidente economista sabe que, não fossem os notórios desperdícios de dinheiro público ao longo de séculos, seja por incompetência, seja por corrupção, o Brasil certamente seria um país com menores índices de desigualdade social. 

 

Cada centavo mal gasto hoje em infraestrutura, educação, saúde e assistência social, entre outros setores vitais para o desenvolvimento, significa milhões de reais que deixarão de ser gerados no futuro em atividade econômica. 

 

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Cada centavo roubado, também. O bom uso do dinheiro arrecadado com impostos melhora a eficiência dos governos e a eficácia dos programas públicos, aumenta a competitividade das empresas, gera empregos e contribui para o bem-estar da população. 

 

Tão importante quanto impedir o desvio de verbas para bolsos corruptos é garantir que os gastos oficiais sejam realizados da melhor forma possível, maximizando o poder do Estado de dinamizar a economia e atender adequadamente os cidadãos que o sustentam. 

Isso vale para todas as esferas de governo.

 

No momento em que a presidente decide repassar centenas de milhões de reais para ajudar as vítimas das chuvas no Rio de Janeiro e para a prevenção de desastres em vários Estados, surge a preocupação: como esse dinheiro será aproveitado? Quem fiscalizará o uso das verbas pelos municípios? 

 

Neles reside um dos maiores gargalos do País: a falta de capacidade gerencial das cidades, conforme revela a reportagem da página 30. Por falta de bons projetos, muitos prefeitos nem chegam a receber os recursos federais prometidos.  

 

A catástrofe fica ainda mais preocupante quando se descobre que alguns Estados sustentam com polpudas pensões vitalícias políticos que mal esquentaram as cadeiras no Executivo. 

 

Em Mato Grosso, ex-governadores-relâmpago (que assumiram o cargo por alguns dias durante viagens dos titulares) recebem R$ 15 mil mensais, caso de Iracy França (foto), Humberto Bosaipo e Moiséis Feltrin – todos, ilustres desconhecidos da população nacional, por mais valorosos que possam ter sido nos breves momentos em que assumiram o poder.

 

Mato Grosso gasta R$ 2,6 milhões por ano com 15 pensões, inclusive para quem foi governador por um único dia. Lamentável. Quantos jovens poderiam ter um futuro melhor se esse dinheiro fosse bem gasto?