13/11/2002 - 8:00
Crise, definitivamente, é uma palavra que não consta no vocabulário da subsidiária brasileira da divisão de perfume e maquiagem da grife francesa Christian Dior. Os números do primeiro semestre deste ano traduzem com exatidão o bom momento vivido pela grife. No período, as vendas somaram R$ 9,179 milhões, um crescimento de 45% comparando-se com 2001. Com isso, a Dior atingiu a vice-liderança do ranking de perfumes sofisticados com 17%, apenas um ponto atrás da líder Lancôme. Uma performance e tanto se lembrarmos que o setor cresceu 26,3% entre
janeiro e junho. ?Foi o melhor desempenho dentre as 30 filiais da marca no mundo?, festeja Evelyse Britto, diretora-geral da divisão de perfumes e cosméticos da subsidiária local da Christian Dior. Recém-chegada de Paris ? onde foi definir com o comando da companhia as metas para 2003 ? a executiva garante que Claude Martinez, presidente da grife, gostou do que viu e ouviu. ?Tanto é assim que ele mandou triplicar a verba de mídia que a filial terá em mãos para aplicar em 2003?, diz Evelyse, sem, no entanto, revelar o montante. ?O Brasil, a China e a Rússia são as principais apostas da companhia?, completa. Outro indicador do prestígio da subsidiária foi dado há duas semanas, quando o País foi incluído no lançamento simultâneo do perfume Addict, que chega às lojas até o final do mês. ?Pela primeira vez na história da Dior um país da América Latina recebeu tal deferência?, diz.
A nova fase da Dior no Brasil é resultado de um trabalho iniciado há cerca de uma ano, quando Evelyse assumiu o posto. Para aumentar a visibilidade e a rentabilidade da marca, ela fez mudanças radicais. Reduziu de 500 para 400 o total de lojas credenciadas, eliminando aquelas que se mostravam pouco lucrativas. Investiu pesado em campanhas promocionais nos pontos-de-venda e apostou na criação e no lançamento de brindes e embalagens exclusivas para datas festivas: Dia dos Namorados e Natal, por exemplo. O sucesso fez a bela e jovem executiva (ela tem apenas 30 anos) tornar-se uma estrela em ascensão dentro da corporação que fatura US$ 2 bilhões. Formada em Marketing e Administração, Evelyse trabalha no grupo desde a fundação da subsidiária, em 1998. Ela tem carta branca do chefão Martinez. A autonomia, no entanto, veio acompanhada de um grande desafio: colocar a Christian Dior na liderança do mercado até o final de 2005. Missão que, segundo ela, não será das mais difíceis. É esperar para ver!