O diplomata russo Boris Bondarev, chefe da missão da Rússia na Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra por 20 anos, pediu demissão nesta segunda-feira (23). Sem citar diretamente o presidente Vladimir Putin, o diplomata disse nunca sentiu “tanta vergonha de meu país como em 24 de fevereiro deste ano”, se referindo ao início da invasão da Ucrânia pelo exercito russo.

+ Líderes empresariais e governamentais alertam em Davos para risco de tempestade econômica

“Aqueles que conceberam esta guerra querem apenas uma coisa: permanecer no poder para sempre, viver em palácios pomposos e de mau gosto” escreveu.

Trabalhando no Ministério das Relações Exteriores desde 2002, Bondarev atuou tanto em seu país, como em Genebra (Suíça).

Bondarev ainda trouxe críticas diretas ao ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov. “Uma pessoa que constantemente transmite declarações conflitantes e ameaça o mundo (ou seja, a Rússia também) com armas nucleares!”, afirmou.

“Hoje, o Ministério das Relações Exteriores não tem nada a ver com diplomacia. É tudo sobre belicismo, mentiras e ódio” completou.

Logo após a divulgação da carta aberta que trata da sua renúncia, o perfil de Boris Bondarev no Linkedin já estava atualizado, com a descrição “Ex-conselheiro – Missão Permanente da Rússia no Escritório da ONU em Genebra” e com a foto da conta trazendo a informação “Open to Work”.

Repercussão

Hillel Neuer, diretor executivo da UNWatch, ONG que monitora as ações da ONU, compartilhou a carta de Bondarev em sua conta no Twitter e pediu que os demais diplomatas russos na ONU e no mundo sigam o exemplo e renunciem.