27/07/2018 - 16:59
O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu afirmou a dirigentes do PT da Bahia que o ex-governador do Estado Jaques Wagner é um “nome preparado para disputar a Presidência da República” nas eleições 2018. A declaração, relatada à reportagem pelo presidente estadual do partido na Bahia, Everaldo Anunciação, aconteceu em Ilhéus, onde Dirceu permaneceu durante uma semana, entre 15 e 22 de julho.
A visita de Dirceu à região litorânea do sul baiano foi articulada pelos dirigentes do PT. Ele fez o percurso entre Brasília e Ilhéus de carro, de acordo com Anunciação, e ficou hospedado na casa do empresário Nilton Cruz, filiado à legenda e proprietário da Amazon Bahia, uma das maiores compradoras de cacau da região.
Além de Everaldo Anunciação, também visitaram Dirceu em Ilhéus dois ex-presidentes do PT da Bahia, Jonas Paulo e Josias Gomes, além do deputado estadual Rosemberg Pinto, líder do partido na Assembleia Legislativa. Durante o encontro, afirmou Anunciação, Dirceu referendou a estratégia do partido de registrar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo condenado em segunda instância e preso na Operação Lava Jato. O ex-ministro disse, entretanto, que Jaques Wagner era um bom substituto para o líder petista, em caso de impugnação da candidatura pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Ele concorda que o PT siga com toda a estratégia e que a decisão de substituir Lula, se precisar, passa pelo próprio Lula”, afirmou o presidente do PT da Bahia à reportagem. Segundo relato do dirigente, Dirceu afirmou que “Wagner tem capacidade, jogo de cintura, experiência administrativa” e citou o legado dele na Bahia, onde conseguiu eleger o seu sucessor, o atual governador Rui Costa, no primeiro turno.
Um mês após ser solto por liminar concedida pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), José Dirceu “está muito bem física e mentalmente”, disse Everaldo Anunciação. “Para um homem de 70 anos, ele está muito bem, continua pensando política”, avaliou. O ex-ministro foi condenado a 30 anos e 9 meses de prisão pelos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa.