28/03/2013 - 21:00
Trabalho
O Senado aprovou na terça-feira 26, em segundo turno, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estende aos empregados domésticos todos os direitos dos demais trabalhadores. A PEC das Domésticas, como ficou conhecida, garante o direito ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e a receber indenização em caso de demissão sem justa causa, além de jornada máxima de 44 horas semanais, horas extras e adicional noturno. Especialistas preveem agora demissões de milhares de domésticas pelo País. Para evitar isso, o governo federal poderia dar incentivos tributários aos patrões, como já faz em outros setores da economia.
Telefonia
Um alívio à Telefônica
A endividada operadora espanhola Telefônica, maior empresa de telecomunicação da Europa, conseguiu levantar € 975 milhões, o equivalente a US$ 1,3 bilhão, com a venda de suas ações em tesouraria (aquelas que pertencem à própria empresa), na terça-feira 26. Os papéis representam 2% do capital. A decisão faz parte do esforço para diminuir de € 51 bilhões para € 47 bilhões a dívida até o fim deste ano.
Shows
Montadoras
A Hyundai quer mais
A montadora sul-coreana Hyundai está empolgada com as vendas no mercado brasileiro. Durante toda a semana, executivos da empresa se reuniram com representantes do sindicato dos metalúrgicos de sua fábrica em Piracicaba, no interior de São Paulo, para negociar a criação de um terceiro turno de produção. A estreia pode ocorrer ainda neste semestre. A ampliação é necessária. O modelo compacto HB20, que começou a ser produzido em setembro último, já é o quarto carro mais vendido do País. No primeiro bimestre foram emplacadas 19,2 mil unidades. Se a negociação for bem-sucedida, a fábrica poderá contratar mais 700 trabalhadores. Atualmente, a marca emprega 1,9 mil funcionários em Piracicaba.
Marcas
A gilete da BIC
A Gillette que se cuide. A francesa BIC, tradicional fabricante de canetas e barbeadores, anunciou, na terça-feira 26, sua entrada no segmento de aparelhos recarregáveis, nicho dominado pela concorrente americana. O Brasil será o primeiro mercado a testar o BIC Flex 4, projetado e fabricado na Grécia. Segundo o presidente da BIC brasileira, Horácio Balseiro, a escolha do País para o lançamento mundial do produto se deve ao potencial de crescimento local. Cerca de 75% dos barbeadores vendidos aqui são descartáveis. O modelo recarregável começará a ser produzido em Manaus, em 2014, com investimento de R$ 40 milhões.
Números
R$ 70 milhões – é o total de multas aplicadas à operadora Oi pela Agência Nacional de Telecomunicações neste ano. Somente na última semana, a empresa recebeu cinco autuações, que somaram R$ 7,7 milhões.
R$ 9,7 milhões – foi o lucro líquido da rede varejista Magazine Luiza no quarto trimestre do ano passado. A empresa virou o jogo. No mesmo período de 2011, havia sido contabilizado um prejuízo de R$ 16,9 milhões.
R$ 210 milhões - foi o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, chamado de Ebitda, do grupo educacional Estácio Participações no ano passado, um aumento de 70,7% na comparação com 2011.
R$ 12,5 bilhões – foi o total de empréstimos imobiliários nos dois primeiros meses de 2013, montante 15,7% acima do volume contratado no mesmo período do ano passado. O balanço é da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança.
R$ 183 mil - é o preço de uma camiseta lançada pela grife francesa Hermès. A peça compõe a coleção Primavera 2013 e está à venda na maior loja da marca, na Madison Avenue, em Nova York.
Falsificação
Curtas
A TNT Express, empresa holandesa de distribuição de encomendas, anunciou, na segunda-feira 25, que vai cortar quatro mil empregos até 2015. O objetivo é reduzir € 220 milhões em custos por ano. O plano inclui a venda das operações na China e no Brasil.
A Slaviero, rede hoteleira curitibana, com receita de R$ 150 milhões em 2012, definiu nesta semana o maior plano de expansão de sua história. Até 2016, a meta é chegar a 60 unidades. Hoje, o grupo conta com 20 hotéis. Com investimento de R$ 140 milhões, sete obras já estão assinadas.
A Embraer concluiu os ajustes finais no projeto do jato militar KC-390, na segunda-feira 25. Junto com engenheiros da FAB, a fabricante aprimorou a aerodinâmica, a estrutura e a instalação dos sistemas eletrônicos.
Varejo
Klein de olho no Extra Eletro
A fusão da Casas Bahia com o Ponto Frio, que resultou na criação da Via Varejo – operação ainda em análise pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) – está cada vez mais enrolada. O empresário Michael Klein, da Casas Bahia, recusa-se a fechar lojas ou repassá-las à concorrência, como exigiria o Cade, na tentativa de reduzir a concentração de poder. Essa decisão resultaria no fechamento de 60 lojas em locais onde a participação de mercado da Via Varejo supera 57%. Na segunda-feira 25, Klein teria proposto assumir o Extra Eletro, que pertence ao Grupo Pão de Açúcar, para ressarcir-se das perdas causadas pelo fechamento de suas lojas. O CEO do GPA, Enéas Pestana, ficou de analisar.
Entrevista
“Falta incentivo para o brasileiro falar inglês”
Falar um segundo idioma com fluência tem se tornado uma exigência indispensável nas grandes empresas brasileiras. O País, no entanto, ainda está muito defasado nesse quesito. Estima-se que apenas 4% da população consegue se comunicar em uma outra língua. Para Celso Luiz Garcia, fundador da Central de Intercâmbio (CI), empresa que faturou R$ 220 milhões em 2012, essa situação reflete a ausência de políticas de incentivo ao estudo de idiomas. Acompanhe sua entrevista:
Por que poucos brasileiros falam outros idiomas?
Basicamente, porque faltam incentivos. Estudar é algo muito caro no Brasil. Além disso, quem quiser fazer um curso de idioma fora do País não tem acesso a linhas de crédito coerentes com a proposta educacional. A taxa de juros de um empréstimo para curso no Exterior é a mesma praticada para viagens a lazer, acima de 2% ao mês. Um absurdo.
Os bancos não se interessam por esse tipo de crédito?
Os bancos privados, não. Estamos negociando com a Caixa a criação de um tipo de financiamento mais atrativo, com juros mensais entre 0,5% e 0,8%. Essa taxa é realista. O governo precisa despertar para a importância de estimular os estudos de idiomas. É algo básico para o sucesso da economia.
Isso vale apenas para o inglês? E o mandarim?
O mandarim é hoje o que a língua japonesa foi nos anos 1980. Diziam, naquela época, que profissionais que não falassem japonês estariam fora do mercado. Não acredito que o mandarim será uma exigência profissional. Hoje, o número de chineses que estudam inglês é maior do que a população do Reino Unido. Eles falarão inglês com quem souber falar.
Resumo da semana
Colaborou: Fernando Texeira
