Em meio à greve dos servidores do Banco Central, o diretor de Administração do órgão, Rodrigo Alves Teixeira, defendeu nesta segunda-feira, 19, a atratividade da carreira, que realizará neste ano o primeiro concurso desde 2013. “O primeiro atrativo interessante é que o salário de entrada no BC é bastante competitivo. Quando entrei no banco, foi uma grande conquista em termos de estabilidade financeira”, afirmou, durante a live da autoridade monetária, que passa a ser mensal neste ano. “Outro atrativo é o nosso plano de saúde, que tem uma contribuição do próprio BC e do servidor em partes iguais, com ampla rede de credenciados”, completou.

As provas do concurso do BC ocorrerão no dia 19 de maio, pela manhã e à tarde. Segundo Teixeira, a tendência é que outros concursos para o órgão sejam realizados nos próximos anos. “Esse concurso se refere ao pedido feito em 2022, mas já fizemos um novo pedido por concurso no ano passado”, relatou.

Embora o governo tenha autorizado a abertura de 100 vagas neste concurso, os servidores desejam uma reestruturação da carreira. Além do bônus produtividade, os funcionários da autoridade monetária pedem a exigência de ensino superior para o cargo de técnico na autarquia e a alteração de nomenclatura do cargo de analista para auditor.

No dia 9 de fevereiro, os funcionários do BC rejeitaram a contraproposta do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, na Mesa Específica de Negociação da categoria. O governo ofereceu apenas um reajuste salarial de 13%, parcelado para 2025 e 2026. Além de intensificar a entrega de cargos comissionados, os sindicatos dos funcionários do BC anunciaram que vão parar completamente por 48 horas, entre a terça-feira, 20, e a quarta-feira, 21.

“Estou há 22 anos no BC e conheço por dentro os problemas vivenciados nos últimos anos. Isso vai ajudar muito a conseguir trazer soluções para essas questões. Os servidores estão muito mobilizados em virtude das diferenças salariais com outras carreiras, mas tudo isso faz parte de um quadro mais amplo do ponto de vista fiscal. O nosso objetivo é valorizar os servidores e reduzir as assimetrias com outras carreiras que tiveram aumentos maiores nos últimos anos”, acrescentou Teixeira.