Diretora do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Michelle Bowman afirmou nesta segunda-feira, 2, que considera “apropriado” elevar mãos juros e mantê-los em “nível restritivo por algum tempo” a fim de que a inflação volte à meta de 2%. Ela falou em evento da Mississippi Bankers Association e da Tennessee Bankers Association, e comentou que a inflação “continua muito elevada” no país.

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Michelle Bowman disse que a leitura mais recente do índice de gerentes de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) nos EUA mostrou que a inflação respondia em parte aos preços mais altos do petróleo. “Eu vejo um risco continuado de que os preços altos de energia possam reverter parte do progresso visto na inflação nos últimos meses”, advertiu.

Ao mesmo tempo, a economia “tem se mantido forte” no momento em que o Fed aperta a política monetária, com crescimento “em ritmo sólido” do Produto Interno Bruto (PIB). Os gastos dos consumidores “permanecem robustos” e o setor imobiliário parece continuar a reagir. O dado mais recente mostrou também um mercado de trabalho “com ganhos sólidos”.

O sistema bancário, por sua vez, continua “forte e resiliente”. Apesar do aperto nos padrões de empréstimo, não houve uma grande contração no crédito que se traduziria em desaceleração significativa da atividade, notou.

Michelle Bowman considera que revisões de dados dificultam a tarefa do Fed, mas continua a esperar que mais altas de juros sejam necessárias para levar a inflação à meta, de modo sustentável e no momento adequado. Mas ela ressaltou que a política “não está em rumo predefinido”, e que as decisões serão baseadas nos indicadores e suas implicações para a perspectiva econômica.

A diretora do Fed também falou sobre regulação bancária. Comentou que o BC americano está concentrado em revisar regulações que envolviam bancos que quebraram.

Segundo ela, há atualmente uma oportunidade de revisitar a trajetória da reforma regulatória, e ainda é preciso trabalhar para avaliar todos os fatores que contribuíram para a quebra do Silicon Valley Bank (SVB) e as quebras subsequentes do Signature Bank e do First Republic.

Ela disse que as prioridades na supervisão já têm sido influenciadas pelas quebras mais cedo neste ano dos bancos citados.