Presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Nova York, John Williams disse nesta terça-feira, 30, ser “evidente” que o banco central norte-americano precisa elevar os juros básicos “bem mais” até o fim do ano. Em sessão de perguntas e respostas ao Wall Street Journal, o dirigente afirmou ser necessário atingir o território de política restritiva para controlar a demanda, o que ainda não aconteceu nos Estados Unidos.

Com poder de voto nas decisões monetárias, Williams disse que provavelmente os juros precisarão ficar “um pouco acima” da marca de 3,5%.

Ele notou que a taxa real de juros terá de estar acima de zero para que seja possível levar a demanda de volta ao equilíbrio com a oferta. “Estou bastante focado em dados ligados à inflação e pressões inflacionárias”, disse. “Minha esperança é também que gargalos de oferta tenham algum alívio no ano que vem”.

Para Williams, a leitura mais recente de inflação foi encorajadora, mas ainda está em um nível muito alto. “De modo geral, o cenário atual está bem parecido com o de julho.”

2023

O dirigente do Fed previu ainda que os juros básicos nos Estados Unidos ainda devem ser elevados em 2023. “Acredito que teremos que aumentar as taxas e segurá-las ao longo do próximo ano”, afirmou.

Questionado sobre a possibilidade de corte de juros no ano que vem, Williams disse que dependerá de dados, mas que vê “necessidade de manter os juros ali elevados por algum tempo”.

Sobre o trade off entre controlar a inflação e seu reflexo sobre o crescimento econômico, o dirigente disse que as escolhas relacionadas são mais difíceis no curto prazo, mas não necessariamente no longo.