O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Nova York, John Williams, afirmou que as taxas de juros estão em nível “bem restritivo” e, portanto, o BC americano podem estar no pico – ou bem próximo dele. O dirigente vota nas decisões monetárias do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês).

Em discurso preparado para evento, Williams reiterou que os dirigentes devem manter os juros neste nível pelo tempo necessário para restaurar a estabilidade de preços nos Estados Unidos. Contudo, ele não descarta a possibilidade de aumentar as taxas novamente, caso a inflação elevada demonstre persistência. “O futuro continua incerto e nossas decisões serão dependentes de dados. O risco da inflação permanecer elevada ainda pesa sobre o risco de uma economia e emprego mais fracos”, disse.

O dirigente, entretanto, espera que a inflação continue em trajetória de queda, notando que a inflação de bens e o núcleo da inflação de serviços sinalizam retorno aos níveis pré-pandemia, enquanto o mercado de trabalho e a atividade econômica desaceleram.

Na visão dele, o avanço da inflação de gastos com o consumo (PCE, na sigla em inglês) deve ficar em torno de 3% em 2023, antes de cair para 2,25% em 2024 e para 2% em 2025.

Já o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deve desacelerar para 1,25% no próximo ano, enquanto a taxa de desemprego aumenta para 4,25%. Ele acrescentou que a demanda por mão de obra americana deve diminuir, para que o mercado consiga equilibrar o aumento na oferta e arrefecer as pressões inflacionárias.

Williams comentou também sobre a redução dos balanços patrimoniais, afirmando que o BC americano pretende continuar com a estratégia de quantitative tightening (QT) e que os dirigentes não viram “efeitos adversos” nos mercados até o momento. Sobre a escalada dos juros dos Treasuries neste ano, Williams disse que a alta volatilidade do mercado está ligada a incertezas sobre o ambiente macroeconômico e perspectivas futuras das taxas do Fed.