14/09/2013 - 7:00
Política
Contingenciar emendas parlamentares é praxe em Brasília, mas uma, em especial, vem gerando tensão. Trata-se de R$ 80 milhões, da bancada do Paraná, destinada à dragagem do Porto de Paranaguá. O governador Beto Richa (PSDB) perdeu de vez as esperanças de resolver o problema. Quem vai decidir se libera o dinheiro é a ministra da Casa Civil, a petista Gleisi Hoffmann, sua principal adversária em 2014.
Petróleo
O conteúdo nacional
Embora o governo defenda que houve ampla discussão com o setor de óleo e gás quanto ao nível de conteúdo nacional na extração do pré-sal do Campo de Libra, houve reclamação. Algumas petroleiras consideram muito altos os percentuais e sugeriram manter o mesmo nível da 11ª Rodada. Esforço em vão.
Saúde
Bisturi mais barato
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, tem apoiado abertamente um projeto de lei de autoria do deputado federal Francisco Chagas (PT-SP), encaminhado há um mês para a Câmara. O projeto visa desonerar equipamentos e materiais médico-hospitalares de tributos como PIS/Cofins e ICMS. Esse é um pleito antigo da indústria nacional, que sofre com as importações crescentes.
Legislativo
Congresso econômico
A presidenta Dilma Rousseff tem se aproximado do Congresso, de olho na economia. O governo precisa da aprovação de projetos estratégicos, como o Plano de Aviação Regional e o Plano Nacional de Educação, e o projeto que estende os prazos de concessões de ferrovias de 25 para 35 anos. Se aprovados, podem garantir um PIB mais robusto em 2014, avalia um senador petista.
Energia
Curto-circuito
A relação do governo com o setor elétrico promete soltar mais faísca. Desde 1º de agosto, foram impetradas cerca de 50 liminares contra a resolução do Conselho de Política Energética que obriga empresas de energia a pagarem parte da conta das usinas térmicas. A fatura é de R$ 8,5 bilhões. Além de prejudicar o plano de redução da conta de luz, o episódio pode afastar investidores de futuros leilões de energia.
Eleições
O Sul dos ovos de ouro
Virtuais candidatos na corrida presidencial do ano que vem, Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB) começaram a prospectar aliados na região Sul. Campos, que já conseguiu atrair o apoio da família do ex-senador do DEM Jorge Bornhausen, saiu na frente, namorando o PSD catarinense, ao mesmo tempo que declarou apoio aos tucanos no Paraná. Aécio, por sua vez, tem reunião no dia 28, em Curitiba, com diretórios do PSDB da região Sul.
Notas
Em meio a denúncias de fraudes na sua pasta, o ministro do Trabalho, Manoel Dias, tem planos de lançar, em outubro, um novo microcrédito para pequenos empreendedores, que será oferecido pela Caixa e pelo Banco do Brasil. O financiamento terá um aporte inicial de R$ 50 milhões e será voltado a jovens trabalhadores.
O governo vai tentar manter no Congresso, na terça-feira 18, o veto presidencial ao fim da multa de 10% sobre o FGTS. Esse adicional está financiando o programa Minha Casa Minha Vida. Porém, no primeiro semestre, a arrecadação de R$ 1,8 bilhão com os 10% ficou retida no Tesouro. Esse argumento será usado por parlamentares para derrubar o veto.
