Uma maior diversidade fortaleceria a Organização Mundial do Comércio (OMC), argumenta Amina Mohamed, mulher e africana, que concorre pela liderança da organização internacional atingida em cheio pela crise do multilateralismo.

Para esta queniana de 58 anos, dar a uma mulher, ou a alguém da África, a oportunidade de dirigir a OMC, enviaria “uma mensagem muito poderosa”, disse ela em entrevista à AFP.

Até agora, o órgão, que se orgulha de organizar a liberalização ordenada do comércio mundial, sempre foi dirigido por homens.

Mohamed, uma dos oito candidatos para o cargo de diretor-geral, disse que a OMC se beneficiaria de ser um reflexo mais fiel de todos os que contribuem para o comércio mundial.

Atual ministra de Esportes e Cultura, Amina liderou anteriormente a diplomacia queniana. Concorre com outros dois candidatos do continente, a nigeriana Okonjo Iweala e o egípcio Abdel Hamid Mamduh.

Embora os estatutos da OMC não prevejam a rotação geográfica do diretor-geral, algumas vozes sugerem que o cargo será ocupado por um africano, ou uma africana.

Desde sua criação em 1995, a OMC foi dirigida por seis homens: três europeus, um neozelandês, um tailandês e um brasileiro.

Mohamed concorre também com outras duas mulheres, Iweala e a sul-coreana Yoo Myung hee.

O próximo chefe da OMC deverá lidar com um contexto de crise econômica, devido à pandemia, mas também de confiança no multilateralismo. Tudo isso em um contexto de guerra comercial entre as duas principais potências econômicas mundiais, China e Estados Unidos.