O Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês) destaca o fato de que a dívida global cresceu mais de US$ 15 trilhões no ano passado, o que levou o total a um novo recorde de US$ 313 trilhões. A relação dívida/Produto Interno Bruto (PIB) recuou pelo terceiro ano consecutivo, em cerca de 2% em 2023, motivada sobretudo por mercados maduros, enquanto a taxa de declínio na redução dívida/PIB “desacelerou fortemente” no ano passado, conforme o crescimento e a inflação perderam fôlego.

Por outro lado, a relação dívida/PIB em mercados emergentes atingiu novas máximas em 2023, com as maiores altas observadas em Índia, Argentina, China, Rússia, Malásia e Arábia Saudita. Por outro lado, Chile, Colômbia, Turquia e Polônia tiveram recuos de cerca de 10 pontos em suas relações dívida/PIB, compara.

A IIF também avalia que a incerteza sobre a trajetória dos juros nos EUA e o dólar poderia elevar a volatilidade nas condições internacionais de financiamento, o que limitaria a capacidade e a disposição dos mercados emergentes soberanos para acessar os mercados de dívida internacionais.

O relatório também aponta como “de particular preocupação” o aprofundamento da fragmentação geoeconômica, conflitos geopolíticos e o crescente protecionismo comercial, que poderiam levar a mudanças mais frequentes e abruptas no sentimento de risco global. “Qualquer escalada desses riscos poderia exacerbar vulnerabilidades de dívida”, afirma.