30/03/2022 - 9:47
A gigante chinesa do setor imobiliário Evergrande anunciou, nesta quarta-feira (30), que venderá por US$ 575 milhões sua participação em um projeto inacabado perto de Xangai, enquanto busca recursos para pagar suas enormes dívidas.
A empresa arrasta US$ 300 bilhões em dívidas e tenta encontrar novos meios de pagar os detentores de títulos e investidores, depois que as medidas restritivas de Pequim cortaram seu acesso à liquidez.
A Evergrande informou hoje que venderá sua participação no Crystal City Project, uma enorme área comercial em Hangzhou, nos arredores de Xangai, por 3,66 bilhões de iuanes.
Parte da venda será para pagar 920,7 milhões de iuanes em impostos de construção, detalhou a empresa em um comunicado à Bolsa de Valores de Hong Kong. O restante será usado como “capital de giro geral do grupo”, acrescentou a Evergrande.
“A questão da liquidez do grupo afetou negativamente o desenvolvimento e o avanço de projetos do grupo”, completou a nota.
Na terça-feira à noite (29), em uma nota divulgada em separado, a unidade da companhia Evergrande New Electric Vehicle confirmou que vai retomar os planos de produção em massa de seu primeiro veículo elétrico em 22 de junho. O anúncio não impediu, porém, que a cotação por unidade caísse quase 10% nesta quarta, quando as operações na Bolsa foram retomadas.
A unidade de carros elétricos suspendeu suas negociações na Bolsa em 21 de março junto com a Evergrande Group e a Evergrande Property Services.
Na semana passada, a imobiliária disse que não poderá publicar seus resultados auditados de 2021 até o final de março, conforme exigido pela Bolsa de Valores de Hong Kong. A empresa alegou que o atraso se deve à pandemia da covid-19.
A Evergrande vem afirmando, repetidamente, que concluirá seus projetos para entregá-los aos compradores, em uma tentativa desesperada de quitar suas dívidas, e pediu tempo a seus credores.