SÃO PAULO (Reuters) – A dívida bruta do Brasil registrou leve alta em agosto, quando o setor público consolidado brasileiro apresentou déficit primário maior do que o esperado, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira pelo Banco Central.

A dívida pública bruta do país como proporção do PIB subiu de 78,4% em agosto para 78,5% no mês passado, patamar mais alto desde outubro de 2021. Foi o décimo quarto mês consecutivo de elevação nesse indicador.

A dívida líquida, por sua vez, foi a 62,0%, de 61,8% no mês anterior.

As expectativas em pesquisa da Reuters eram de 78,7% para a dívida bruta e de 62,3% para a líquida.

Em agosto, o setor público consolidado registrou um déficit primário de 21,425 bilhões de reais, maior do que a expectativa de economistas consultados em pesquisa da Reuters de um saldo negativo de 20,8 bilhões de reais.

O desempenho mostra que o governo central teve rombo de 22,329 bilhões de reais, enquanto Estados e municípios registraram superávit primário de 435 milhões de reais e as estatais tiveram saldo positivo de 469 milhões de reais, mostraram os dados do Banco Central.

“Vemos uma melhora muito tímida no resultado do governo central, insuficiente para atingir a meta de resultado primário e, principalmente, estabilizar a dívida pública”, avaliou Tiago Sbardelotto, economista da XP.

Para ele, os dados do governo central nos próximos meses devem registrar forte melhora após a aprovação de medidas extraordinárias relacionadas à compensação da desoneração da folha salarial que, de acordo com as estimativas oficiais, devem aumentar a receita em pelo menos 25,5 bilhões de reais.

(Por Camila Moreira e Bernardo Caram)

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