A realidade virtual ou aumentada é a estrela no salão de eletrônicos CES em Las Vegas, com aplicativos que vão do sexo ao esporte, passando pela segurança rodoviária e a conquista do espaço.

Os capacetes de realidade virtual (VR) chegam aos consumidores para levá-los a mundos imaginários, enquanto as lentes de realidade aumentada (AR) estão comprometidas com a informação digital na cena que uma pessoa observa.

“São duas coisas diferentes e não os vejo como forças que competem, são de fato muito complementares”, explica Ari Grobman, da empresa israelense Lumus, especializada em tecnologia ótica para a realidade aumentada.

O grande salão mundial da eletrônica CES (Consumer Electronics Show) tem muitos destes aparatos e aplicativos, começando pelo capacete Oculus que começou sua pré-venda na quarta-feira a 599 dólares.

Este gadget da empresa Oculus VR, filial do Facebook, na forma de óculos grandes e grossos, estará disponível para o público a partir de março e as longas filas no stand da CES são um bom presságio.

A empresa HTC também aproveitou esta grande feira para anunciar melhorias em seu aparato de realidade virtual Vive VR, que está prestes a ser lançado no mercado.

“Hoje estamos beirando uma nova era”, disse o diretor executivo da HTC, Cher Wang.

Os fãs dos jogos de vídeo foram os primeiros alvos dos fabricantes de aparelhos de realidade virtual, mas estas tecnologias abrem novos horizontes em vários domínios.

“A realidade virtual é um grande negócio por aqui”, afirmou Brian Blau, analista da Gartner. “Tentei contar o número de stands onde havia pelo menos um capacete de realidade virtual e havia muitos”, afirmou.

A start-up STRIVR tem um aplicativo vedete no esporte e no treinamento de jogadores de futebol dos Estados Unidos, e os coloca em situações de jogo com o Oculus Rift.

“Leva você para o mais próximo de uma experiência real que um jogador pode ter”, estimou o ex-treinador Trent Dilfer. “Acho que os treinadores que não usarem essa ferramenta estão perdendo o barco”.

A indústria da pornografia não está esperando e a empresa Naughty America utilizou a realidade virtual para satisfazer os fãs do gênero dentro das cenas de sexo: “Todo mundo esperava isso na indústria cinematográfica para adultos e está agora lá. É ver para crer”, disse a vice-presidente da Naughty America, Lauren S.

No salão CES, a Nasa também usou capacetes de VR para permitir que os visitantes viajassem virtualmente em torno de um enorme foguete que planeja lançar em 2018.

E a Estação Espacial Internacional (ISS) está equipada com os HoloLens, aparatos de realidade aumentada da Microsoft: “Acho que isso vai acelerar a velocidade com a qual podemos fazer nossa ciência”, diz Hugh Cate, da agência espacial norte-americana.