O número de interessados no processo de seleção de líderes promovido pela Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (Raps) mais que dobrou em relação à edição do ano passado. Neste ano, 7.030 pessoas se inscreveram para participar do curso de capacitação da rede – aumento de 104%. O processo busca políticos com mandato ou pessoas que pretendem se candidatar nos próximos anos, em todos os níveis de governo.

Além do aumento dos interessados, as inscrições para esse processo tiveram representantes de mais cidades. De 537 municípios em 2018, o número agora chegou a 1.421. A representatividade de candidatos negros e pardos também mais que dobrou, de 1.417 para 3.244, e agora é 46% do total.

Os candidatos a integrar a Raps vão passar por um processo de seleção que inclui, entre suas fases, entrevistas com a comissão de seleção.

Criada em 2012, a Raps possui hoje uma rede de 581 integrantes ligados a 28 partidos políticos, além de pessoas sem vínculo partidário. Segundo a rede, 133 dos seus membros estão no exercício de mandatos em municípios, Estados e no Congresso Nacional – sendo seis senadores e 26 deputados federais.

Diversidade

Nascido em um bairro periférico de Ipatinga (MG), Samuel Emílio, de 23 anos, que participou do último processo de seleção de lideranças do Raps, afirma que ficou surpreso com a diversidade de pessoas com variadas orientações políticas que encontrou. “Na minha turma tem pessoas do PSL ao PT e elas são obrigadas a conversar e atuar em conjunto”, afirmou.

Samuel é hoje coordenador nacional do movimento Acredito e não é filiado a partido político. Para ele, a Raps se diferencia por estabelecer uma rede de contatos e conexões profissionais. “Não é uma escola ou um movimento, é uma rede que se propõe a conectar pessoas de diferentes visões e propor discussões a partir dessa conexão”, diz o ativista, que pretende se filiar a algum partido e disputar eleições no futuro.

A deputada estadual de Alagoas Cibele Moura (PSDB), de 22 anos, está em seu primeiro mandato. “Considero a capacitação positiva pela oportunidade de conversar com pessoas de todo o Brasil sobre temas nacionais.” Ela afirma que as trocas possibilitam trazer para o mandato a experiência de outros Estados e partidos. “Pude trazer experiências que têm dado muito certo”, afirma Cibele, destacando o “networking” com pessoas de diferentes espectros políticos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.D