É doce que não acaba mais. São 309 mil toneladas de chocolates e 438 mil toneladas de balas e confeitos produzidos por ano no Brasil. O volume anual de vendas (R$ 4,5 bilhões) foi o passe para o País entrar na galeria dos maiores exportadores de guloseimas do planeta. Porém, desde que assumiu a segunda colocação no ranking mundial do setor, atrás apenas dos EUA, as 57 fábricas nacionais estão operando no limite e não têm como investir em ampliação. Composta por poucos fabricantes de porte, a indústria enfrenta inúmeras dificuldades na hora de obter recursos para ampliar as exportações e, assim, atender a demanda. Para que as empresas possam de fato comemorar a boa maré de encomendas, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estuda uma linha de financiamento para os produtores de doces. Algo em torno dos US$ 200 milhões. Hoje, o Brasil abastece 103 países. O simples sinal de ajuda do BNDES foi motivo de festa durante a 4ª Sweet Brazil, feira que reuniu o setor na semana passada, em São Paulo.

O incentivo do governo poderá dar novo fôlego aos empresários brasileiros, que têm trabalhado para conquistar mercados internacionais. O diretor-presidente da Peccin, Dirceu Gilmar Pezzin, por exemplo, rodou o mundo nos últimos anos promovendo o confeito brasileiro. Fechou vários contratos e hoje tem de reservar de 15% a 20% da sua produção de 3,5 mil toneladas de balas por mês só para a exportação. O road show da Peccin rendeu bons frutos: a empresa cresceu 50% no ano passado e, em 2001, deve aumentar as vendas em mais 45%. Ele só não revela o faturamento. ?Esse resultado será possível com a aquisição de equipamentos industriais sofisticados e o lançamento de produtos inéditos?, diz Pezzin. Outra que está fazendo barulho no mercado internacional é a Riclan, antiga Balas São João. A empresa, que produz 200 toneladas diárias de balas, tornou-se uma das principais exportadoras do setor, vendendo para 42 países. Em 2000, faturou cerca de R$ 100 milhões. Deste montante, 25% vêm das vendas externas. ?Temos potencial, somos atualizados e fazemos bons produtos?, diz Getúlio Ursulino Neto, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Chocolate, Cacau, Balas e Derivados (Abicab). ?O mundo reconhece nossa força?, conclui. O BNDES, ao que parece, também.