Os prognósticos para a abertura do mercado nesta quinta-feira 10, primeiro pregão após a perda do grau de investimento pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s, são de um momento de muita turbulência, provocada pela reação do mercado.

O motivo é simples. Por seus estatutos, boa parte dos fundos de investimento que possuem recursos aplicados no Brasil têm de retirar o dinheiro, pois não podem investir em países que não tenham grau de investimento.

Pela avaliação do mercado, o capital investido em aplicações financeiras, como os títulos públicos, pode chegar a US$ 100 bilhões, o equivalente a mais de 25% dos US$ 380 bilhões em reservas cambiais. Ainda que os investidores internacionais resolvam resgatar apenas uma fração desse montante, isso deverá exercer uma forte pressão de alta sobre o dólar. Uma aposta entre operadores na noite da quarta-feira era de a moeda americana chegando a R$ 4,00 ou $ 4,05 durante o dia.

Por isso, a recomendação para os investidores que pensam em viajar é evitar comprar nesta quinta-feira, devido à incerteza que paira sobre o mercado.

O mesmo raciocínio vale para as bolsas de valores, que deverão abrir amanhã com uma forte queda. No entanto, apesar do aparecimento de diversas pechinchas no pregão, a recomendação é não comprar logo na abertura, exceto para quem tiver apetite por especulação de curtíssimo prazo. Não se descarta uma queda de 10% nas ações, e o eventual acionamento do circuit breaker para interromper os negócios.

Os especialistas do mercado também não descartam solavancos nos preços dos títulos públicos negociados no Tesouro Direto. A forte venda por parte dos investidores internacionais poderá alterar esses preços.