SÃO PAULO (Reuters) – Na volta do feriado de Páscoa, o dólar fechou o dia em alta ante o real no Brasil, em sintonia com o exterior, onde a moeda norte-americana também sustentava ganhos após a divulgação, na última sexta-feira, de dados na área de empregos nos Estados Unidos.

Na sexta-feira, feriado em vários mercados do mundo, relatório de emprego dos EUA mostrou a criação de 236.000 vagas de trabalho fora do setor agrícola no mês passado. Economistas consultados pela Reuters projetavam abertura de 239.000 postos de trabalho em março.

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O mercado viu aumentarem as chances de o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) subir em 0,25 ponto percentual sua taxa de juros, para segurar a inflação. Em reação, o dólar sustentou ganhos ante várias moedas ao redor do mundo.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,0659 reais na venda, em alta de 0,15%.

Na B3, às 17:22 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,24%, a 5,0830 reais.

No início dos negócios, o dólar chegou a marcar, às 9h10, a menor cotação do pregão de 5,0377 reais (-0,41%), mas rapidamente virou para o território positivo. Às 10h22, marcou a máxima do dia, de 5,0910 reais (+0,65%), com o mercado ajustando posições com foco nos dados de emprego da sexta-feira nos EUA.

Por trás do movimento está a leitura de que, com dados de emprego forte, aumentaram as chances de o Fed subir novamente os juros, o que dá força ao dólar.

O movimento de alta da moeda norte-americana, no entanto, foi moderado, em meio à permanência de preocupações com a saúde do sistema bancário global.

No Brasil, a movimentação mais recente no mercado futuro de dólar –o mais líquido e o que serve de referência para a negociação também no mercado à vista– deixou pouco espaço para ganhos maiores.

De 27 de março para 3 de abril, os investidores estrangeiros haviam reduzido sua posição comprada (aposta na alta do dólar) de 45,5 bilhões de dólares para 38,4 bilhões de dólares, conforme dados da Commcor DTVM. Ou seja, a posição comprada caiu 7,1 bilhões de dólares. Os números levam em conta contratos futuros de dólar, minicontratos, cupons cambiais e swaps.

“Desde a virada do mês, tivemos bastante desmonte de posições compradas na B3. Este pessoal que desmontou talvez tenha uma leitura de dólar mais fraco por aqui”, comentou Cleber Alessie Machado, gerente da mesa de Derivativos da Financeiros da Commcor DTVM.

No fim da tarde, o dólar se mantinha em alta ante uma cesta de moedas no exterior.

Às 17:22 (de Brasília), o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– subia 0,51%, a 102,540.

Na manhã desta segunda-feira, o Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de maio.

 

(Por Fabrício de Castro)

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