Após chegar a cair quase 1% no início da sessão, o dólar à vista zerou as perdas no início desta tarde e passou a subir ante o real, na esteira do avanço firme da moeda norte-americana no exterior e em paralelo a declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a reunião do Copom na véspera.

Perto das 16h, o dólar à vista caía 0,14%, a R$ 5,445 na venda. Na máxima do dia chegou a R$ 5,468 e, na mínima, a R$ 5,404. Veja cotações.

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No início do dia, o dólar chegou a cair ante o real e a bater R$ 5,40, em reação à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que decidiu de forma unânime manter a taxa básica Selic em 10,50% ao ano, como demandado pelo mercado.

Ao longo da manhã, no entanto, ficou claro que o alívio nas cotações seria limitado. Profissionais ouvidos pela Reuters pontuaram que a alta da moeda norte-americana no exterior e as preocupações persistentes sobre o equilíbrio fiscal brasileiro seguravam a queda do dólar.

A moeda norte-americana virou para o positivo pouco depois das 12h, enquanto Lula dava entrevista a uma rádio do Ceará. Nela, ele voltou a questionar a autonomia do Banco Central e disse que a decisão de quarta-feira do Copom, interrompendo o ciclo de cortes da Selic, “foi uma pena” para o povo brasileiro.

A virada do dólar ante o real coincidiu com a desaceleração do Ibovespa, em especial entre as ações sensíveis à curva de juros brasileira, e com a redução da queda dos DIs (Depósitos Interfinanceiros).

O Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou na noite de quarta-feira decisão unânime do colegiado pela interrupção do ciclo de cortes da taxa básica de juros.

A decisão já era esperada pelo mercado por conta de incertezas envolvendo a política fiscal e a projeção para a inflação.

A interrupção dos cortes na Selic vem após sete reduções consecutivas. O atual patamar da taxa básica de juros é o menor desde fevereiro de 2022, quando estava em 9,25% ao ano, mas o Brasil segue com a 2ª maior taxa de juros reais do mundo, atrás somente da Rússia.