O dólar opera em alta no Brasil nesta manhã de segunda-feira, em sessão marcada pela liquidez reduzida nos mercados internacionais por conta das festas de fim de ano.

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Às 9h55, o dólar à vista subia 0,31%, a R$5,5622 na venda. Às 15h45, a moeda acelerava alta para 0,68% a R$ 5,5810.

Na B3, o contrato de dólar futuro para janeiro – atualmente o mais líquido no Brasil – avançava 0,23%, a R$5,5595.

O menor volume de negociações no mercado limita os movimentos do câmbio e demais ativos domésticos no início da última semana do ano.

“O mercado está com a liquidez comprometida. O ambiente nestes três dias vai ser favorável a volatilidade por conta disso”, disse o diretor da assessoria FB Capital, Fernando Bergallo, acrescentando que as atenções dos agentes, agora, se voltam para a ata da última reunião de política monetária do FOMC, que será publicada amanhã.

Nesse contexto, no exterior, o dólar sustenta ganhos ante as principais divisas, mas recua ante pares do real como o peso mexicano.

Às 9h55, o índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas – subia 0,09%, a 98,120.

Na agenda econômica doméstica, mais cedo, a pesquisa Focus mostrou que analistas consultados pelo Banco Central voltaram a reduzir marginalmente suas expectativas para a inflação neste ano e no próximo.

Os economistas reduziram a estimativa para o IPCA em 2025 a 4,32%, de 4,33% estimados há uma semana, no que foi o sétimo corte consecutivo da projeção. Para 2026, a expectativa teve a sexta queda consecutiva, para uma mediana de 4,05%, de 4,06% na semana anterior.

Também pela manhã, a Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) teve variação negativa de 0,01% em dezembro, encerrando o ano com queda acumulada de 1,05%.

Ibovespa recua com Vale e ajustes

O Ibovespa recuava nesta segunda-feira, pressionado principalmente pelas ações da Vale no penúltimo pregão de 2025, que deve terminar com o melhor desempenho anual desde 2016, com alta de mais de 30%.

Por volta de 11h40, o Ibovespa, referência do mercado de ações brasileiro, caía 0,43%, a 160.211,38 pontos, na mínima até o momento, após subir a 161.133,33 pontos na máxima. O volume financeiro somava R$2,79 bilhões.

Às 15h45 o índice acelerava a queda para 0,52% aos 160.067,77 pontos.

No exterior, Wall Street abriu também com viés negativo, com o S&P 500 cedendo 0,19%, após renovar máximas históricas na semana passada.

“Sem grandes catalisadores, os ajustes técnicos típicos de fim de ano parecem ditar o ritmo dos mercados”, avalia a equipe da Ágora Investimentos, conforme relatório a clientes.

Em 2025, o Ibovespa acumula um ganho de 33,19%, até o momento o melhor desempenho percentual anual desde 2016, quando subiu 38,9%.

Boa parte de tal performance teve amparo no fluxo de capital externo para o pregão brasileiro. Até o dia 23 de dezembro, a entrada líquida de estrangeiros somava R$26,8 bilhões.

Destaques do Ibovespa

  • Vale (VALE3) caía 1,49%, apesar da alta dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações diurnas com alta de 2,58%.
  • Petrobras (PETR4) subia 0,66%, endossada pela alta dos preços do petróleo no exterior, onde o barril sob o contrato Brent avançava 2,11%. Petrobras (PETR3) mostrava acréscimo de 0,25%.
  • Itaú Unibanco (ITUB4) registrava acréscimo de 0,36% e Bradesco (BBDC4) subia 0,22%, enquanto Banco do Brasil (BBAS3) recuava 0,37%, Santander Brasil (SANB11) perdia 0,9% e BTG Pactual (BPAC11) caía 0,42%.
  • Direcional (DIRR3) perdia 1,71%, com a maioria das construtoras no Ibovespa em queda — Cyrela (CYRE3) recuava 1,62% e Cury (CURY3) cedia 1,35%. Na contramão, MRV&Co (MRVE3) subia 0,26%.
  • CVC Brasil (CVCB3) tinha alta de 2,9%, tendo no radar aprovação de aeronautas associados da aviação regular de proposta de renovação da Convenção Coletiva de Trabalho para 2025/26, cancelando assembleia para decidir sobre greve.