O dólar tinha leve queda frente ao real nesta segunda-feira, 28, mas se mantinha próximo dos 5,70 reais, à medida que investidores se posicionam para uma semana repleta de dados econômicos e continuam de olho em novas notícias sobre a iminente eleição presidencial dos Estados Unidos e as tensões no Oriente Médio.

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Às 9h59, o dólar à vista caía 0,21%, a 5,6944 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha queda de 0,08%, a 5,709 reais na venda.

Na sexta-feira, o dólar à vista fechou em alta de 0,76%, cotado a 5,7066 reais.

Os mercados globais têm mostrado apetite pelo dólar na esteira de dados econômicos fortes dos EUA, que derrubaram as apostas de um afrouxamento monetário agressivo pelo Federal Reserve, e do aumento das apostas na vitória de Donald Trump na disputa pela Casa Branca em 5 de novembro.

Investidores aguardam dados dos EUA como o PIB do terceiro trimestre, na quarta-feira, o índice PCE — indicador de inflação preferido do Fed –, na quinta-feira, e o relatório de emprego fora do setor agrícola de outubro, na sexta-feira.

“A semana é bastante cheia. Temos dados importantes aqui e lá fora. Investidores ficam na espera para tomar uma posição mais concreta”, disse Guilherme Suzuki, sócio e responsável pela área de portfolio solutions da Astra Capital.

Entre moedas emergentes, em particular, o cenário era mais negativo devido à queda do preço do petróleo bruto nesta segunda, uma vez que diminuíram os temores por uma escalada nas tensões do Oriente Médio após o Irã minimizar ataques israelenses durante o fim de semana.

Com isso, o dólar avançava ante o peso mexicano e o rand sul-africano.

O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,18%, a 104,190.

No cenário doméstico, o foco estava novamente no quadro fiscal, à medida que agentes financeiros esperam pelo anúncio de prometidas medidas de contenção de gastos públicos.

Mais cedo, analistas consultados pelo Banco Central subiram pela quarta semana consecutiva sua projeção para a alta do IPCA neste ano, com a expectativa agora ultrapassando o teto da meta de inflação perseguida pelo Banco Central de 4,50%.

O levantamento mostrou que a mediana das expectativas para a inflação ao consumidor no Brasil chegou a 4,55%, de 4,50% na semana anterior.

“Uma coisa que atrapalha o real ainda é o fiscal. Mercado espera algo mais concreto do que palavras. O governo perdeu essa credibilidade para falar sobre o fiscal”, afirmou Suzuki.

A curva de juras brasileira mostrava certo alívio nesta segunda, com as taxas de DI recuando de forma sólida em vários dos vencimentos.

O Banco Central fará nesta sessão leilão de até 14.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de dezembro de 2024.