O dólar abriu em alta nesta terça-feira, 18, mas passou a cair ante o real, em meio à cautela dos investidores antes da decisão sobre a Selic, na quarta-feira, e após críticas do presidente Lula ao Banco Central, enquanto no exterior a moeda norte-americana também perdia força.

Perto das 11h40, o dólar à vista caí 0,28%, a R$ 5,407 na venda. Na abertura, chegou a bater R$ 5,425. Já o Ibovespa subia 0,38%. Veja cotações.

Na terça-feira o dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 5,4221 na venda, em alta de 0,76%, na maior cotação de fechamento desde 4 de janeiro de 2023 — início do governo Lula — quando encerrou a R$ 5,4513.

Em entrevista nesta terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a atacar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, criticou isenções tributárias e disse que nada está descartado no ajuste fiscal.

Os comentários de Lula e a possibilidade de o Comitê de Política Monetária (Copom) manter a Selic intacta em 10,50% ao ano impedem perdas mais acentuadas do dólar na comparação com o real, segundo o operador de câmbio Fernando César, da corretora AGK.

De acordo com ele, os comentários do presidente estão “jogando pressão sobre o Copom”, e Lula “está batendo de frente com Campos Neto porque quer que os juros tenham um corte, diferentemente do que mercado está apostando”. César ressalta que a última decisão do Copom foi dividida e dependeu do voto do presidente do BC para o desempate, e que uma nova divisão na decisão do colegiado seria um “problema”.

No exterior, o dólar subia mais cedo ante a maior parte das demais divisas, incluindo as moedas fortes, mas as cotações perderam força com a divulgação de novos dados econômicos e com declarações de uma autoridade do Federal Reserve.

O Departamento de Comércio informou que as vendas no varejo dos EUA aumentaram 0,1% no mês passado, após uma queda revisada para baixo de 0,2% em abril. Economistas consultados pela Reuters previam que as vendas no varejo aumentariam 0,3% em maio.

Já o presidente do Fed de Nova York, John Williams, disse que a taxa de juros cairá gradualmente ao longo do tempo nos EUA, mas se recusou a dizer quando isso começará a ocorrer.