O dólar à vista abriu esta sexta-feira, 7, em queda, acompanhando sinal do índice DXY do dólar no exterior e após a aprovação do texto-base da reforma tributária em segundo turno na Câmara, por amplo placar na madrugada de hoje. A votação dos destaques, todos de autoria do PL, partido de Jair Bolsonaro, está prevista para começar às 10h. Porém, a moeda americana passou a subir, com investidores ajustando posições antes da publicação do relatório de emprego dos Estados Unidos, o payroll, de junho (9h30).

Executivos e economistas consultados pelo Estadão avaliam que a reforma, reivindicada há décadas por eles, deve contribuir para melhorar a produtividade e o crescimento de longo prazo da economia brasileira.

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A reforma tributária, que vinha sendo discutida há mais de 30 anos, foi aprovada em segundo turno por 375 a 113 e 3 abstenções. O texto cria o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que substituirá o ICMS estadual e o ISS municipal, e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), que ficará no lugar de tributos federais, como PIS, Cofins e IPI. A proposta cria ainda um Imposto Seletivo que servirá para desestimular o uso de produtos que fazem mal à saúde e ao meio ambiente.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta manhã estar otimista, prevendo uma votação expressiva para a reforma tributária. “Vamos ver se votamos Carf hoje para liberar pauta para arcabouço”, mas ponderou: “Não sei se há tempo de aprovar marco fiscal hoje”. A leitura majoritária em Brasília é de que tanto o projeto que retoma o voto de qualidade no Carf quanto o arcabouço devem ficar para apreciação apenas em agosto, depois do recesso legislativo que começa no dia 18 de julho.

No exterior, o dólar recua ante outras moedas principais, os índices futuros em Nova York também caem e os retornos dos Treasuries de mais longo prazo voltaram a subir nesta manhã, revertendo perdas de mais cedo e estendendo o avanço de ontem, enquanto investidores aguardam o relatório de emprego dos EUA, o chamado payroll, para avaliar a trajetória dos juros americanos.

Na agenda do dia, o IGP-DI de junho caiu 1,45%, ante queda de 2,33% em maio, superando a mediana de -1,26% das projeções do mercado (queda de 1,85% a 1,10%). Além disso, o Banco central informou que a caderneta de poupança teve depósito líquido de R$ 2,595 bi em junho.

Às 9h20 desta sexta, o dólar à vista caía 0,12%, aos R$ 4,9242. O dólar futuro para agosto subia 0,04%, a R$ 4,9440.