02/07/2024 - 14:24
O dólar acelerava sua alta frente ao real nas negociações desta terça-feira, 2, e chegou a atingir a marca de R$ 5,70 pela primeira vez desde janeiro de 2022, à medida que os investidores repercutiam novos ataques do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Banco Central e suas promessas de controlar a alta da divisa norte-americana.
Às 14h11, o dólar à vista subia 0,73%, a R$ 5,6949 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento avançava 0,71%, a R$ 5,7155 na venda.
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Em entrevista à rádio Sociedade pela manhã, Lula afirmou que fará “alguma coisa” em relação à alta recente do dólar ante o real e acusou o presidente do BC, Roberto Campos Neto, de ter “viés político” na condução da política monetária.
Ele também tem se recusado a oferecer medidas concretas de revisão de gastos para atingir a meta de déficit zero ao fim do ano, apesar de uma pressão cada vez maior para que o governo reduza as despesas orçamentárias.
Após o dólar abrir em baixa, a fala de Lula passou a pesar sobre os negócios ao longo da manhã e as cotações da moeda norte-americana ganharam força. Profissionais do mercado afirmaram que a possível intervenção do governo no câmbio gerava receios.
Uma das possibilidades levantadas é a de que o governo possa mexer no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas operações cambiais, para segurar a escalada da moeda norte-americana.
Em Brasília, porém, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou no fim da manhã que não há possibilidade de o governo mexer no IOF. Segundo ele, a melhor maneira de conter a desvalorização do real é melhorar a comunicação sobre o arcabouço fiscal e a autonomia do BC.