O dólar furou os R$ 5,40 e registrou mínima a R$ 5,3936 (-1,24%) no mercado à vista há pouco. O ajuste ocorre em meio à fala do ministro da economia, Paulo Guedes, de que tem “excelentes notícias no front da economia”, de acordo com ele, destacando a criação de empregos no País.

A economista Carla Argenta, da CM Capital Markets, afirma que a moeda reage em baixa com expectativas pela decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e por discursos dovish da presidente do BCE, Christine Lagarde, e do presidente do Fed, Jerome Powell, diante do nível de atividade europeia e americana aquém do período pré-pandemia e porque a inflação ainda não está pressionada nesses países.

“Como a política monetária será feita, se virão mais pacotes de estímulos na zona do euro e EUA. Essas dúvidas é que estão ditando o ritmo do dólar antes dos comentários dessas autoridades”, avalia a economista.

Além disso, ela analisa que esta no radar também a decisão de juros do Banco Central brasileiro, na próxima semana. “Com manutenção de juros nos EUA e Europa, a aposta em alta de 0,75 ponto da Selic favorece o diferencial de juros para o Brasil ante o exterior e pode atrair investidores estrangeiros em meio à farta liquidez internacional, a despeito do risco fiscal interno”, comenta.

Aponta ainda que captações externas e o IPO da Caixa Seguridade ajudam também no movimento de queda de curto prazo, bem como o Caged de março, com criação de emprego pouco acima das expectativas em um mês marcado pelas medidas de restrição à mobilidade por causa da segunda onda da covid-19 no País.

O mercado de trabalho formal brasileiro registrou um saldo positivo 184.140 carteiras assinadas em março, acima da mediana positiva de 150.000 postos de trabalho, mas dentro do intervalo das projeções do mercado (fechamento líquido de 300.000 vagas a abertura de 275.000 vagas em março)