Após bater na véspera novo recorde para 2024, o dólar operava em baixa no Brasil nesta terça-feira, 3. Por volta das 16h20, a moeda operava em baixa de 2%, cotado a R$ 5,56 na venda.

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Alta de quase 17% no ano

Na véspera, em meio a rumores de que o Banco Central estaria consultando as Tesourarias de bancos sobre eventual intervenção no câmbio, o dólar à vista terminou a sessão em alta de 0,22%, cotado a R$ 5,6665 na venda. Este é o maior valor de fechamento desde 10 de janeiro de 2022, quando terminou em 5,6723 reais. Em 2024, a divisa já acumula elevação de 16,8%.

Em meio à pressão de alta para o dólar, Lula vai se reunir às 16h30 com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad; e do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, entre outros. Na terça-feira, Lula já havia anunciado este encontro que tratará do câmbio. Segundo ele, o governo fará “alguma coisa”.

Em função da fala de Lula, na véspera o mercado chegou a cogitar a possibilidade de o governo alterar a dinâmica do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em negociações com a moeda norte-americana — algo que já foi feito no passado –, mas Haddad negou a possibilidade.

Enquanto aguarda os desdobramentos da reunião da tarde, o mercado vai acompanhar novos discursos do presidente Lula, às 11h e às 15h, em eventos do Plano Safra. A percepção é de que quanto menos Lula abordar a questão do câmbio ou o trabalho do Banco Central, melhor para as cotações.

Isso porque os ataques constantes de Lula ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, e ao nível da taxa Selic, hoje em 10,50%, têm gerado ainda mais pressão para os mercados de câmbio e juros futuros, dizem analistas.

Já o Banco Central fará nesta sessão leilão de até 12 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de setembro de 2024. Por enquanto, nenhuma operação extra foi anunciada pelo BC para esta quarta-feira, apesar dos rumores da véspera de que a instituição estaria consultando as Tesourarias.

Cenário externo

Nos EUA, dados divulgados nesta manhã mostraram que foram abertas 150.000 vagas de emprego no setor privado no mês passado, depois de 157.000 em maio, em dado revisado, conforme o relatório da ADP. Economistas consultados pela Reuters previam criação de 160.000 vagas.

Já os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA atingiram 238 mil na semana passada, ante estimativa de 235 mil.

Com os números nas telas, o dólar seguia em baixa ante seus pares fortes e em relação à maior parte das demais divisas.

Às 9h53, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,15%, a 105,510.