O dólar operava em baixa de mais de 1% pouco antes das 9h30 desta sexta-feira, 3, à casa de R$ 4,91 no mercado à vista, com investidores à espera do relatório de empregos dos EUA de outubro, o payroll (9h30).

O economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, diz que o mercado de câmbio ajusta-se à queda do dólar ante pares rivais e algumas divisas emergentes, na esteira do recuo dos juros dos Treasuries de dez e 30 anos, após a manutenção de juros pelo banco central americano na quarta-feira e também ajusta-se ao corte de 0,50 ponto da taxa Selic, a 12,25% ao ano, na quarta-feira. “A abordagem do FED foi serena sobre o alcance da meta de inflação com a manutenção das taxas juros altos por longo período e continua pesando no dólar e juros dos Treasuries”, justifica o economista.

+ Bolsas da Europa fecham em alta, na esteira de pausa nos juros por Fed e BoE
+ Reforma tributária: reunião de Haddad com Braga foi de caráter técnico, diz Appy

Porém, Velloni diz que, além de indicar novos cortes, o Copom ressaltou que o governo deveria buscar metas fiscais já estabelecidas e a possível mudança na meta zero de déficit fiscal em 2024 em discussão no governo deve trazer incertezas sobre o seu cumprimento, mesmo que seja alterada para abrir espaço para os gastos planejados pelo governo Lula. “Se o governo der esse passo atrás no fiscal, o mercado de câmbio pode mudar de humor”, avalia.

Para ele, o mercado vê com um pé atras os indicadores da China e, por isso, a alta no setor de serviços em outubro no país pelo décimo mês consecutivo poderia ter efeito positivo maior sobre as moedas emergentes ligadas a commodities.

Às 9h25 desta sexta, o dólar à vista caía 1,13%, a R$ 4,9174. O dólar para dezembro recuava 0,94%, a R$ 4,9340.