09/11/2020 - 9:54
O dólar segue em forte baixa, alinhado à tendência no exterior em relação a moedas emergentes e ligadas a commodities. O mercado cambial reage ao rali nas bolsas internacionais, após a confirmação da vitória de Joe Biden na eleição presidencial dos EUA e com expectativas de que o democrata deve negociar com o Congresso novos estímulos fiscais à economia americana – uma vez que entre as prioridades do presidente eleito estariam o combate à pandemia de covid-19 no país e a recuperação da economia. Também é positiva a possibilidade de o Congresso brasileiro retomar as discussões sobre a agenda de reformas já nesta semana, conforme prometido pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
Os operadores podem estar precificando também expectativas de intervenções do BC, após o diretor de Política Econômica da autarquia, Fabio Kanczuk, dizer em evento virtual do Itaú que o Banco Central deve atuar no fim do ano no mercado de câmbio em função de grande fluxo esperado no País por operações relacionadas ao chamado “overhedge” (proteção excessiva no mercado) dos bancos.
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O BC divulgou nota na sexta-feira à noite para esclarecer que “mantém permanente monitoramento dos mercados financeiros visando a manutenção de seus normais funcionamentos” e que “decisões de atuação da autoridade monetária diante de disfuncionalidades de mercado são tomadas de forma fundamentada, obedecendo a rígido processo de governança interna e pautadas pela comunicação transparente através dos canais oficiais”.
Os agentes de câmbio devem focar no presidente do BC, Roberto Campos Neto, que participa de evento da The Economist, a partir das 12h25, e será acompanhado de perto, após o dólar furar o importante suporte de R$ 5,50, na sexta, caindo a R$ 5,3937 no mercado à vista – menor nível desde 18 de setembro ante o real -, e a R$ 5,37 no contrato futuro de dezembro. Na semana passada, a moeda à vista cedeu 6%, reduzindo o avanço acumulado no ano para pouco menos de 35%.
Às 10h17 desta segunda-feira, o dólar à vista caía 2,36%, a 5,2662. O dólar futuro para dezembro recuava 1,87%, a R$ 5,2700. Mais cedo, a Pesquisa Focus trouxe mais revisões para cima do IPCA de 2020, que passou de 3,02% para 3,20%. O IPCA para 2021 passou de 3,11% para 3,17%.
Já o IPC-S desacelerou para 0,59% na primeira quadrissemana de novembro, de 0,65% no arrefeceu na comparação com a leitura anterior, do fechamento de outubro, quando o índice subiu 0,65%.
O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) subiu 2,9 pontos na passagem de setembro para outubro, para 84,9 pontos. O resultado representa o sexto avanço consecutivo, mas o ganho ainda é insuficiente para recuperar as perdas acumuladas entre fevereiro e abril, por causa da pandemia de covid-19. Em médias móveis trimestrais, o IAEmp avançou 6,3 pontos, para 80,6 pontos.