O dólar segue em derrocada, operando em queda pela décima sessão consecutiva, com impacto do fluxo externo.

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Às 11h20, a cotação do dólar recuava 0,70% a R$ 5,83.

A moeda reage a um mercado que monitora a possibilidade de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impor tarifas de importação sobre México e Canadá neste sábado, 1º.

O candidato declarou que irá impor tarifas de 25% para produtos de ambos os países, mas sinalizou que o petróleo pode eventualmente ficar de fora da medida.

Simultaneamente o republicado disse que advertiu novamente os países membros do Brics – que contempla o Brasil – para que não substituam o dólar como moeda de reserva, repetindo uma ameaça de tarifas de 100% que ele havia feito semanas depois de vencer a eleição presidencial de novembro.

“Se Trump realmente implementar essas tarifas, vai depender muito de como vai reagir a economia norte-americana. Se ela continuar forte, a valorização do dólar é inevitável”, disse Dyego Galdino, CEO da Global 360 Invest.

O índice do dólar – ou DXY -, que mensura o desempenho da moeda frente a uma cesta de divisas, sobe 0,20% a108.350.

Juntamente com os fatores políticos e de comércio exterior, o mercado também monitora o calendário de indicadores.

O núcleo do Índice de Preços PCE – medida de inflação pelo Federal Reserve (Fed) – veio em linha com as expectativas do consenso, em 0,2% no mês de dezembro. Próximo das 12h também ocorrerão divulgações de Índices de Gerentes de Compras (PMIs, na sigla em inglês).

Além disso, investidores também lidam com as decisões de política monetária desta semana. O Fed manteve os juros inalterados na sua decisão, após ter realizado três cortes nas reuniões anteriores.

Enquanto isso, o Comitê de Política Monetária (Copom), elevou a Selic a 13,25%, colocando o Brasil como o país com a maior taxa de juros real de todo o mundo.

Pedro Ros, CEO da Referência Capital, comenta que o real tem se valorizado em relação ao dólar devido a um conjunto de fatores econômicos e ao fluxo de capital estrangeiro.

“O aumento do fluxo de capital externo para o Brasil nos últimos dias reflete uma maior confiança no país em comparação com outros mercados emergentes. As decisões do Copom e do Fed influenciam diretamente a cotação do dólar frente ao real. Uma taxa Selic elevada torna o Brasil um destino atrativo para investidores em busca de retornos mais altos, fortalecendo a moeda local.”

Dólar recua 5% em 2025

Desde o início do ano de 2025, o câmbio tem mostrado sucessivas baixas, acumulando queda de 5,2% desde então.

Sem novidades do lado do fiscal, o mercado não viu novas pressões altistas para o dólar. Além disso, os primeiros movimentos de Trump contrariaram algumas expectativas que estava precificadas.