O dólar iniciou a segunda-feira, 15, em baixa ante o real, acompanhando o recuo da moeda norte-americana no exterior, em meio à expectativa pelas decisões sobre juros do Federal Reserve e do Banco Central do Brasil, ambas na quarta-feira.

+‘Prévia do PIB’ do BC aponta queda de 0,5% em julho, a 3ª retração mensal seguida

Às 11h33, o dólar à vista cedia 0,64%, a R$5,32 na venda.

Na abertura do dia o BC informou que seu Índice de Atividade (IBC-Br) cedeu 0,5% em julho ante junho, em dados ajustados sazonalmente, ante uma expectativa de retração de 0,2% projetada por economistas em pesquisa da Reuters. Foi o terceiro mês consecutivo de retração da atividade.

O resultado do IBC-Br corrobora as avaliações de que a economia brasileira está desacelerando, o que é uma boa notícia sob o ponto de vista do controle da inflação. Em reação, as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) cediam nesta manhã.

No mercado de câmbio, a expectativa de que o Fed cortará sua taxa de juros em pelo menos 25 pontos-base na próxima quarta, somada à manutenção da Selic em 15% pelo Copom, seguia justificando a fraqueza do dólar, que nesta segunda-feira também cedia ante a maioria das divisas no exterior.

Às 9h53, o índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas – caía 0,34%, a 97,331.

Na sexta-feira, 12, o dólar à vista fechou em baixa de 0,69%, aos R$5,3537.

O Banco Central fará às 11h30 leilão de até 40.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1º de outubro de 2025.

Ibovespa avança aos 143 mil pontos

O Ibovespa avançava em clima de expectativas para decisões de política monetária na semana, com destaque para os Estados Unidos, onde o Federal Reserve deve realizar o primeiro corte de juros em nove meses.

Por volta de 11h33, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 0,9%, a 143.554,25 pontos. O volume financeiro somava R$3,14 bilhões.

Para analistas do BB Investimentos, investidores devem ficar em modo espera até as decisões dos bancos centrais nos EUA e no Brasil, com divulgações previstas para a quarta-feira, o primeiro às 15h (de Brasília) e o segundo após o fechamento.

“Embora a figura gráfica semanal aponte para um quadro de indecisão, o ambiente é potencialmente favorável para os ativos de risco no Brasil”, afirmaram em relatório enviado a clientes nesta segunda-feira.

No caso do Fed, que, conforme as expectativas no mercado, deve reduzir o juro em 0,25 ponto percentual, a equipe do BB avalia que “a amplitude desse primeiro corte e sinalização dos dirigentes do Fed devem pautar o apetite a risco”.

O desfecho da reunião de dois dias do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed será acompanhado das projeções econômicas da autoridade monetária e seguido pela coletiva à imprensa do chair do BC norte-americano, Jerome Powell.

Atualmente, a taxa está no intervalo de 4,25% a 4,50%.

No Brasil, a expectativa é de que o Banco Central mantenha a taxa Selic em 15% ao ano.

“Os dados econômicos mais fracos nas últimas medições, queda da inflação corrente e das projeções para o IPCA podem influenciar as expectativas a respeito do início do ciclo de cortes domesticamente”, acrescentou a equipe do BB.

Nesta segunda-feira, o IBC-Br, calculado pelo BC e visto como um sinalizador do PIB, mostrou retração de 0,5% em julho ante o mês anterior, segundo dado dessazonalizado, mais forte do que o esperado (-0,2%).

Em paralelo, a pesquisa Focus mostrou queda nas projeções para a inflação neste ano e manutenção para 2026, bem como estabilidade nas estimativas da Selic em 2025, mas redução nos prognósticos para o ano que vem.

Destaques do Ibovespa

Eletrobras (ELET3) avançava 2,83%, endossada por analistas do Itaú BBA, que reiteraram recomendação “outperform” para as ações e elevaram o preço-alvo para R\$63,30, de R\$54,90. “Acreditamos que a empresa atualmente oferece uma das assimetrias de valorização mais atrativas em nossa cobertura (no setor elétrico), podendo também se tornar uma das melhores pagadoras de dividendos do setor”, afirmaram Fillipe Andrade e equipe em relatório a clientes.

Yduqs (YDUQ3) subia 4,89%, acompanhada pela rival Cogna (COGN3), em alta de 4,11%, com o alívio nas taxas dos DIs referendando uma recuperação dos papéis, após quedas mais expressivas na semana passada, de cerca de 8% e 5%, respectivamente.

Magazine Luiza (MGLU3) valorizava-se 2,94%, encontrando suporte também no movimento da curva de juros, ampliando ainda mais o ganho desde agosto. Após fechar o oitavo mês do ano com alta de 16%, as ações do Magalu já acumulam uma elevação de cerca de 24% em setembro. Nesta sessão, o índice do setor de consumo na B3 subia 0,65%.

Raia Drogasil (RADL3) perdia 2,66%, tendo como pano de fundo a notícia de que a rival Pague Menos (PGMN3) avalia uma potencial oferta de ações. O plano que está sendo avaliado contempla uma oferta subsequente de distribuição primária de ações da rede de farmácias e secundária de ações de titularidade de fundos geridos pela General Atlantic, com valor aproximado de R\$250 milhões. Pague Menos (PGMN3), que não está no Ibovespa, mostrava declínio de 3,14%.

Cosan (CSAN3) caía 0,81%, refletindo ajustes após três semanas seguidas de valorização, em parte refletindo expectativas sobre investimentos no conglomerado, bem como na Raízen, uma joint venture da companhia com a Shell. Raízen (RAIZ4), que já corrigira um pouco a euforia recente na semana passada, era transacionada em baixa de 0,79%.

Natura (NTCO3) subia 0,34%, em pregão com anúncio da empresa de que fechou acordo para a venda das operações da Avon na Guatemala, Nicarágua, Panamá, Honduras, El Salvador e República Dominicana (Avon Card) para o Grupo PDC. A operação contempla o pagamento de US\$1 acrescido de um recebível de US\$22 milhões da Avon Guatemala à subsidiária integral da Natura no México. A empresa reforçou que segue explorando alternativas para a Avon Internacional.

Bradesco (BBDC4) valorizava-se 1,13%, enquanto Itaú Unibanco (ITUB4) tinha elevação de 0,48% e Santander Brasil (SANB11) ganhava 0,28%, após os três acumularem na semana passada perdas de 2,4%, 2,55% e 1,8%, respectivamente. Banco do Brasil (BBAS3), que fechou a semana passada com ganho acumulado de 5,5%, cedia 1,3%. O índice do setor financeiro avançava 0,75%, apoiado ainda por B3 (B3SA3), em alta de 2,16%.

Vale (VALE3) subia 0,32%, mesmo com a fraqueza dos preços do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado em Dalian fechou as negociações diurnas com decréscimo de 0,31%. Analistas do BTG Pactual elevaram o preço-alvo dos ADRs (recibos de ações negociados nos EUA) da mineradora para US\$11, de US\$10, mantendo recomendação neutra.

Petrobras (PETR4) tinha variação negativa de 0,19% no Ibovespa, descolada da alta dos preços do petróleo no exterior, onde o barril sob o contrato Brent mostrava elevação de 0,88%. A petrolífera anunciou no final da sexta-feira que concluiu a aquisição de uma participação de 27,5% no consórcio do bloco 4 de São Tomé e Príncipe, de acordo com comunicado ao mercado.