15/09/2025 - 17:25
O dólar completou nesta segunda-feira a quarta sessão consecutiva de baixa ante o real, encerrando no menor valor desde junho do ano passado, em sintonia com o recuo da moeda norte-americana no exterior, em meio à expectativa antes das decisões sobre juros do Federal Reserve e do Banco Central do Brasil, ambas na quarta-feira.
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A divisa norte-americana à vista encerrou em baixa de 0,59%, aos R$ 5,3220 – menor valor desde 6 de junho de 2024, quando fechou em R$ 5,2493. No ano, o dólar acumula queda de 13,97%.
Às 17h03 na B3 o dólar para outubro – atualmente o mais líquido no Brasil – cedia 0,56%, aos R$5,3405.
As cotações da moeda norte-americana despencaram desde o início do dia dando continuidade ao movimento mais recente, com a percepção entre os agentes de que o Fed cortará sua taxa de juros em pelo menos 25 pontos-base na quarta-feira – podendo até aplicar um corte maior, de 50 pontos-base.
A expectativa por juros menores nos EUA, somada à certeza entre os investidores de que o BC manterá a taxa Selic em 15% ao ano, manteve a avaliação de que o Brasil está atrativo ao capital estrangeiro, o que derrubou o câmbio.
Após registrar a máxima de R$5,3558 (+0,04%) às 9h, na abertura, o dólar à vista cedeu à mínima de R$5,3092 (-0,83%) às 13h00.
“O movimento (de queda do dólar ante o real) antecipa a decisão do Federal Reserve na quarta-feira, para a qual o mercado projeta uma probabilidade de 96% de um corte de 0,25 ponto percentual nos juros, com base em dados recentes de arrefecimento da economia americana”, escreveu Nickolas Lobo, especialista em investimentos da Nomad.
A queda do dólar esteve em sintonia com o avanço firme do Ibovespa e a baixa das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros), em uma sessão no geral positiva para os ativos brasileiros.
Cenário político amplia incertezas para o dólar
Com a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe de Estado, na semana passada, o mercado se concentra agora em possíveis retaliações dos EUA ao Brasil em função do resultado do processo.
Em julho, o presidente dos EUA, Donald Trump, justificou uma tarifa de 50% para os produtos brasileiros citando, entre outros pontos, o julgamento de Bolsonaro, seu aliado. Além disso, no fim de julho os EUA aplicaram a Lei Magnitsky – que limita operações financeiras dentro da jurisdição norte-americana – contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do caso contra Bolsonaro. Passado o julgamento, por enquanto nenhuma medida adicional foi anunciada.
Às 17h10, o índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas – caía 0,36%, a 97,306.
Ibovespa renova máximas
O Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira, renovando máximas históricas e voltando a rondar os 144 mil pontos, embalado principalmente pela expectativa de queda nos juros dos Estados Unidos nesta semana, enquanto, no Brasil, números de atividade favoreceram apostas de corte da Selic no começo de 2026.
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Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,90%, a 143.546,58 pontos, novo recorde para fechamento, segundo dados preliminares, marcando 144.193,58 pontos na máxima do dia, renovando também o topo histórico intradia. Na mínima, ficou em 142.292,21 pontos.
O volume financeiro somava R$14,7 bilhões antes dos ajustes finais.