O dólar à vista superou a barreira dos R$ 5,40 nesta quarta-feira, 12, em meio aos receios do mercado em relação ao equilíbrio fiscal brasileiro e após a moeda norte-americana recuperar um pouco da força no exterior ante divisas fortes, na esteira da decisão de política monetária do Federal Reserve (o banco central dos Estados Unidos) que apontou para apenas um corte de juros nos EUA em 2024.

O dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 5,4036 na venda, alta de 0,82%. Este é o maior valor de fechamento desde 4 de janeiro de 2023, quando encerrou em R$ 5,4513. Desde aquela data — um dos primeiros dias do governo Lula — o dólar não encerrava acima dos R$ 5,40.

Em junho, a moeda acumula valorização de 2,91%.

Já o Ibovespa fechou em queda nesta quarta-feira, renovando mínimas no ano, em meio a ruídos envolvendo o ministro da Fazenda e receios com o cenário fiscal do país, que prevaleceram sobre a repercussão favorável a dados de inflação dos Estados Unidos.

O Federal Reserve manteve os juros entre 5,25% e 5,50%, como esperado, enquanto as projeções da autoridade monetária passaram a embutir apenas um corte de 0,25 ponto percentual este ano, movimento também antecipado por muitos no mercado.

Índice de referência no mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,4%, a  119.936,02 pontos, chegando a 119.544,21 pontos no pior momento e avançando a 122.482,51 pontos na máxima do dia.

O volume financeiro somava R$ 23,78 bilhões antes dos ajustes finais, em pregão também influenciado pelo vencimento de opções sobre o Ibovespa e do índice futuro.

Dólar em alta

Perto das 16h, o dólar à vista subia 0,40%, a R$ 5,388. Na máxima do dia chegou a R$ 5,42. Na véspera, o dólar encerrou o dia cotado a R$ 5,3597, em leve alta de 0,06%, no maior valor de fechamento desde 4 de janeiro de 2023.

Pela manhã, o dólar chegou a recuar contra o real depois que o Departamento de Trabalho dos EUA divulgou que seu índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) ficou estável em maio na base mensal. Analistas consultados pela Reuters projetavam uma alta de 0,1%, após avanço de 0,3% em abril.

Após a divulgação dos dados, operadores elevaram suas apostas de um corte nos juros pelo Fed em setembro, agora em 70%, ante 54% antes do relatório. Quanto mais o Fed cortar os juros, pior para o dólar, que se torna comparativamente menos interessante quando os rendimentos dos Treasuries diminuem, o que tende a provocar uma desvalorização da divisa frente a outras moedas.