Por Fabrício de Castro

SÃO PAULO, 23 Fev (Reuters) – Em mais uma sessão de ajustes, o dólar à vista fechou em baixa ante o real nesta quinta-feira, mas o recuo perdeu força à tarde com os investidores reagindo a uma piora do ambiente externo.

Pela manhã, a queda foi favorecida pelo maior apetite global por ativos de risco, em um movimento que mantinha a moeda norte-americana no território negativo e dava suporte aos índices de ações.

Profissionais do mercado financeiro afirmaram que a baixa no Brasil foi também justificada por ajustes de preços e posições ocorridos após o avanço de quarta-feira, na volta do período de Carnaval.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,1363 reais, em baixa de 0,67%.

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Na B3, às 17:30 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,39%, a 5,1385 reais.

A busca global por ativos de risco pela manhã sustentou as moedas de países emergentes e exportadores de commodities, como o real brasileiro. Às 11h52 desta quinta-feira, o dólar à vista chegou a recuar 1,17%, aos 5,1102 reais, na cotação mínima do dia.

A revisão do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA, para uma taxa anualizada de 2,7% no último trimestre do ano passado, favoreceu o movimento de baixa do dólar. Economistas projetavam uma alta de 2,9%. Com o resultado mais baixo que o esperado, a percepção dos mercados foi de que haveria menos espaço para juros mais altos nos EUA.

À tarde, a busca por ativos de risco perdeu fôlego.

“Os ativos de risco estavam performando melhor pela manhã: as bolsas estavam subindo bem, os juros estavam caindo. Mas o mercado lá fora virou”, disse durante a tarde o economista da BlueLine Asset Management, Flavio Serrano. “Esta virada fez com que piorasse o mercado de juros e o câmbio aqui também.”

Enquanto o dólar passou a subir ante diversas divisas de países emergentes no exterior, a moeda norte-americana reduziu as perdas ante o real no Brasil.

“Como o Brasil ficou fechado no Carnaval, o dólar deu uma valorizada na quarta-feira, em função das preocupações com eventual subida de juros nos EUA. Só que a divisa puxou muito. Hoje (quinta-feira), o que estamos vendo é uma readequação”, avaliou o gerente de câmbio da Fair Corretora, Mário Battistel.

Segundo ele, essa readequação justificava a persistência do dólar em baixa ante o real durante a tarde.

No exterior, a moeda norte-americana demonstrava mais força à tarde ante outras divisas.

Às 17:30 (de Brasília), o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– subia 0,06%, a 104,580.

Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional, em operação para rolagem dos vencimentos de abril.

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