11/06/2024 - 17:24
Após o forte avanço recente, o dólar à vista ensaiou um ajuste de baixa nesta terça-feira, 11, mas acabou se reaproximando da estabilidade, puxado pela alta da moeda norte-americana no exterior e por preocupações em torno do cenário fiscal brasileiro, em um dia marcado ainda pela divulgação do IPCA de maio, que veio pior que o esperado.
O dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 5,3597 na venda, em leve alta de 0,06%. Este é o maior valor de fechamento desde 4 de janeiro de 2023, quando encerrou em R$ 5,4513. Em junho, a moeda acumula elevação de 2,07%.
O Ibovespa também fechou em alta nesta terça-feira, em pregão marcado por ajustes após duas sessões seguidas no vermelho, mas o volume financeiro continuou abaixo da média do ano, sem catalisadores para motivar posicionamentos mais expressivos.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,73%, aos 121.635,06 pontos, após renovar na véspera mínima desde meados de novembro do ano passado.
Durante o pregão, o Ibovespa chegou a 121.759,04 pontos na máxima e a 120.757,20 pontos na mínima, com o volume financeiro somando R$ 15,98 bilhões antes dos ajustes finais, de uma média diária de R$ 23,69 bilhões em 2024.
A pauta relevante nos Estados Unidos na quarta-feira — com dado de inflação ao consumidor e desfecho da reunião de política monetária — corroborou com o tom mais cauteloso refletido no volume negociado na bolsa paulista.
Não se espera mudança no juro nos EUA, mas agentes buscarão sinais sobre os próximos passos do Federal Reserve no comunicado que sairá ao término do encontro, bem como nas projeções econômicas e na coletiva de imprensa do chair Jerome Powell.
“Considerando os dados econômicos e a dinâmica da inflação, há maior probabilidade de ouvirmos uma declaração ‘hawkish’ do Fed do que o contrário”, afirmou a analista sênior Ipek Ozkardeskaya, do Swissquote Bank.
Antes, porém, o índice de preços ao consumidor norte-americano tende a concentrar as atenções e pode ajudar a calibrar as últimas apostas para o resultado da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed.
Em Wall Street, o S&P 500 fechou a sessão com variação positiva de 0,27%, enquanto o rendimento do Treasury de 10 anos marcava 4,4001% no final da tarde, de 4,469% na sessão anterior.
No noticiário brasileiro, conforme destacou a advisor e sócia da Blue3 Bruna Costa Centeno, o IPCA de maio acelerou a alta mais do que o previsto, mas ainda assim houve queda nas taxas de contratos de DI, o que ajudou as ações.
Notícias sobre a MP do PIS/Cofins, para compensar a desoneração na folha de pagamento de determinados setores, também repercutiram, com o presidente do Senado afirmando no final da tarde que irá devolve-la ao governo.
De acordo com analistas do Itaú BBA, o Ibovespa mostra dificuldade para uma recuperação e permanece com risco de quedas acentuadas. Ele encontra suportes em 120.000, 115.000 e 111.600 pontos, enquanto tem resistência inicial em 123.200 pontos.
“Se conseguir avançar, deverá abrir caminho para subir em busca das resistências em 125.400 e 126.500 – patamar que mantém o índice em tendência de baixa no curto prazo”, afirmaram no relatório Diário do Grafista enviado nesta terça-feira.
A quarta-feira ainda será marcada pelo vencimento do contrato futuro do Ibovespa.
DESTAQUES
– MAGAZINE LUIZA ON saltou 7,99%, após perder mais de 9% nos dois últimos pregões, apoiada pela sessão mais positiva para papéis relacionados à economia doméstica, em meio ao alívio na curva de juros e notícias sobre a MP do PIS/Cofins.
– ITAÚ UNIBANCO PN avançou 1,12%, com bancos entre os principais suportes do Ibovespa. BANCO DO BRASIL ON subiu 1,1%, enquanto BRADESCO PN valorizou-se 0,54% e BTG PACTUAL UNIT ganhou 1,99%.
– VALE ON recuou 0,15%, afetada pela queda dos preços futuros de minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com queda de 4,16%.
– PETROBRAS PN subiu 0,43%, com o barril de petróleo Brent fechando em alta de 0,36% no exterior após trocar de sinal algumas vezes na sessão. No setor, PRIO ON foi destaque, com elevação de 4,29%.
– MARISA LOJAS ON, que não faz parte do Ibovespa, caiu 5,49%, na esteira de aprovação de um aumento de capital privado de até 750 milhões de reais como parte de uma reestruturação financeira mais ampla que vem implementando.
– AMERICANAS ON, que também não faz parte do Ibovespa, fechou em alta de 5,88%, com resultados preliminares não auditados do primeiro trimestre deste ano mostrando receita líquida de 3,76 bilhões de reais ante 3,63 bilhões um ano antes.