O dólar passou a oscilar mais perto da estabilidade no mercado à vista na manhã desta quarta-feira, 7, após recuar mais cedo. A moeda norte-americana se ajusta à valorização dos rendimentos dos Treasuries, depois de iniciar os negócios em baixa leve por conta do avanço de commodities, como petróleo e minério de ferro.

Os investidores olham ainda uma piora das contas públicas no País e avaliam os dados de vendas no varejo, que vieram mais fracas que o esperado pelos analistas financeiros.

O setor público consolidado teve déficit primário de R$ 249,124 bilhões em 2023 (2,29% do PIB), pior que a mediana das estimativas (-R$ 245,250 bilhões). Em dezembro, o déficit foi de R$ 129,573 bilhões, também déficit maior que a mediana (-R$ 124,35 bilhões).

As vendas do comércio varejista caíram 1,3% em dezembro ante novembro, na série com ajuste sazonal – pior que o piso esperado pelo mercado (-0,6%). Na comparação com dezembro de 2022, sem ajuste sazonal, as vendas tiveram alta de 1,3% em dezembro – menor que o piso do mercado (1,5%).

As vendas do varejo restrito acumularam crescimento de 1,7% no ano, que tem como base de comparação o mesmo período do ano anterior. No acumulado em 12 meses, houve alta de 1,7%, ante avanço de 1,6% até novembro.

Do lado corporativo, o presidente do Bradesco, Marcelo Noronha, disse hoje que o ano de 2023 foi desafiador.

“Não era o resultado que a gente queria entregar”, afirmou em apresentação para jornalistas. Para 2024, o ano é considerado como sendo um período de transição, disse ao comentar as previsões do banco. “Não vamos virar a chave em um trimestre, é passo a passo”, afirmou o executivo, ressaltando que as projeções (guidances) divulgadas hoje pelo banco para 2024 refletem este ano de transição.

Na Europa, a dirigente do Banco Central Europeu (BCE) Isabel Schnabel afirmou hoje que continua preocupada com a última etapa no processo de desinflação da zona do euro, diante da desaceleração inflacionária.

“Precisamos ser pacientes e cautelosos porque sabemos, de uma perspectiva histórica, que a inflação pode acelerar novamente”, alertou, em entrevista ao Financial Times, reproduzida no site do BCE.

Às 9h52, o dólar à vista tinha viés de alta de 0,02%, a R$ 4,9635. O dólar para março caía 0,04%, a R$ 4,9725. O juro da T-Note 2 anos subia a 4,420%, ante 4,403% no fim da tarde de ontem. O juro da T-Note 10 anos avançava a 4,123%, ante 4,093%.