Após chegar a oscilar abaixo dos R$ 5,40 pela manhã, o dólar ganhou força e fechou a segunda-feira próximo da estabilidade ante o real, com profissionais do mercado citando o tradicional fluxo de saída de recursos do país no fim de ano para justificar o movimento. Já o Ibovespa fechou em alta de 1,07%, com Rede D’Or entre os maiores ganhos após anúncio de dividendos, enquanto Braskem capitaneou as perdas tendo no radar acordo envolvendo a participação da Novonor.

O dólar à vista fechou com leve alta de 0,16%, aos R$ 5,4215. No ano, a moeda acumula baixa de 12,26%. O Ibovespa fechou em 162.481,74 pontos, chegando a 163.073,14 pontos na máxima e marcando 160.766,37 pontos na mínima do dia.

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A recuperação do dólar no Brasil esteve na contramão do exterior, onde a moeda norte-americana cedeu ante a maior parte das divisas durante o dia. Investidores também repercutiram dados mais fracos sobre a atividade econômica brasileira, enquanto seguem calibrando apostas para o começo de um aguardado ciclo de cortes de juros no país no próximo ano.

Às 17h05, o contrato de dólar futuro para janeiro — atualmente o mais líquido no Brasil – subia 0,17% na B3, aos R$ 5,4390. O volume financeiro do Ibovespa somava R$19,57 bilhões antes dos ajustes finais.

“O dólar encerrou praticamente estável frente ao real, refletindo um equilíbrio de forças ao longo do pregão. No ambiente externo, o dólar manteve comportamento lateral, com o DXY operando próximo da estabilidade, enquanto os juros dos Treasuries recuaram após dados mais fracos de atividade, reacendendo o debate em torno de cortes de juros pelo Fed em 2026. No mercado doméstico, o carry trade segue favorável ao real, ancorado pela Selic em 15%. No entanto, o fraco desempenho das commodities em mais um dia de queda do petróleo após correção de 4% na semana passada limitou a valorização do real trazendo o câmbio próximo à estabilidade na sessão de hoje”, explicou Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.

IBC mais fraco

Nesta segunda, O BC informou que seu Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) cedeu 0,2% em outubro ante setembro, na série com ajustes sazonais. O resultado do indicador, considerado um sinalizador para o Produto Interno Bruto (PIB) foi pior que a projeção mediana dos economistas ouvidos pela Reuters, de alta de 0,10%.

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 0,4%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um ganho de 2,5%, conforme a série sem ajustes sazonais.

O IBC-Br é mais um dos indicadores recentes que corroboram a percepção de que a economia brasileira está em desaceleração, um fator que vem sendo destacado por agentes que projetam corte da taxa básica Selic já na reunião de janeiro do BC.