18/06/2025 - 11:53
O dólar à vista oscilava ante o real nesta quarta-feira, 18, conforme os investidores se posicionavam para as decisões de política monetária do Federal Reserve e do Banco Central do Brasil mais tarde, com a escalada do conflito entre Israel e Irã também no radar.
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Após operar em queda pela manhã, o dólar inverteu o sinal por volta de 13h40. Às 15,49, após a divulgação de dados da política monetária estadunidense, que irá manter juros na faixa de 4,25% a 4,50%, a moeda dos EUA passou a subir 0,05%, a R$ 5,499 na venda. Veja cotações.
Já a bolsa paulista não firmava uma direção clara nesta quarta-feira, véspera de feriado e marcada pelos vencimentos de opções sobre o Ibovespa e do índice futuro, além de decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil, enquanto o conflito entre Israel e Irã permanece no radar.
Por volta de 13h45, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, passou a operar em leve alta, de 0,08%, a 138.935,92 pontos, tendo até o momento marcado 138.443,11 pontos na mínima e 139.043,36 pontos na máxima. O volume financeiro somava R$ 3,6 bilhões.
O dólar no dia
O movimento do real nesta sessão tinha como pano de fundo a leve fraqueza da divisa norte-americana ante seus pares nos mercados globais, ainda que houvesse pouca volatilidade nas negociações enquanto os agentes financeiros aguardam pelos eventos do dia.
O destaque é o anúncio da mais recente decisão de juros do banco central dos Estados Unidos. As autoridades do país têm enfrentado neste ano as perspectivas de desaceleração econômica e inflação mais alta devido à implementação de tarifas pelo presidente Donald Trump, com suas constantes ameaças e recuos na política comercial tornando o cenário ainda mais incerto.
Desde sexta-feira, entrou também no radar o conflito no Oriente Médio, com Israel e Irã trocando ataques de mísseis, o que elevava os temores de transtornos na produção e exportação de petróleo na região, aumentando os preços do combustível no mercado internacional.
Diante da espera por mais novidades sobre a guerra no Oriente Médio, investidores optavam pela cautela neste pregão, sem realizar grandes apostas para qualquer direção.
“Embora estejamos preocupados que esta fase possa ser o início de um conflito sustentado na região, a precificação de riscos geopolíticos tem sido historicamente efêmera”, disseram analistas do Citi em relatório. “No entanto, se os fluxos de petróleo forem significativamente interrompidos, o impacto global poderá ser significativo.”
No Brasil, o mercado nacional avaliará após o fechamento dos mercados a decisão do Comitê de Política Monetária do BC sobre a taxa de juros Selic, com os investidores bem mais incertos sobre o resultado da reunião do que em relação ao Fed.
As apostas do mercado estão divididas entre a manutenção dos juros em 14,75% — com chance de 55% — e uma alta de 0,25 ponto — com probabilidade de 45% –, de acordo com números da LSEG.
Os investidores também seguem de olho no impasse sobre as tentativas do governo de elevar as alíquotas do IOF, após a Câmara dos Deputados aprovar na segunda a urgência de votação de um projeto legislativo para derrubar o plano do Executivo.
Na terça-feira, o dólar à vista fechou em leve alta de 0,18%, a R$ 5,4972.
O dia do Ibovespa
Assim como o dólar, o Ibovespa operava em leve alta de 0,13% às 15h58, negociado ao redor de 139.017 pontos.
O Oriente Médio também continua ocupando as atenções, após o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, rejeitar pedido de rendição incondicional do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. As Forças Armadas de Israel disseram que 50 jatos israelenses atingiram cerca de 20 alvos em Teerã à noite.
No Brasil, o Banco Central anuncia sua decisão sobre a Selic após o fechamento e não há consenso no mercado — se uma alta de 0,25 ponto percentual ou estabilidade dos atuais 14,75% ao ano.
“Acreditamos que a taxa Selic permanecerá em 14,75% na reunião desta semana, embora reconheçamos que será uma decisão difícil. Se houver um aumento da taxa de juros, provavelmente será o último deste ciclo de aperto”, afirmou a XP, em relatório enviado a clientes mais cedo.
“No entanto, o desafio da política monetária permanece. Mantemos o cenário de taxas de juros altas por mais tempo. Em nossa opinião, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) iniciará um ciclo de flexibilização gradual no segundo trimestre de 2026”, acrescentou.