O dólar à vista passou a operar em leve alta ante o real nesta segunda-feira, 23. Por volta das 14h00, a moeda dos Estados Unidos subia 0,14%, cotada a R$ 5,521. A moeda abriu em alta e passou a cair ao longo da manhã.

O sinal inverteu novamente logo após as notícias de que o Irã teria atacado bases americanas no Catar e no Iraque. Na máxima da sessão, o dólar atingiu R$ 5,5427 (+0,28%), às 9h08.

Já o Ibovespa operava em queda de 0,91% por volta das 14h08, aos 135.868,76 pontos.

Escalada da tensão no Oriente Médio mexe com mercados

Os mercados globais estão receosos de que a retaliação de Teerã possa vir com o fechamento do Estreito de Ormuz, onde circula quase 25% do comércio global de petróleo, o que poderia afetar de forma significativa os preços de energia e escalar ainda mais a guerra.

Esse receio gerou ganhos amplos para o dólar mais cedo, quando subiu ante o real, pares fortes e divisas emergentes, com investidores demonstrando aversão a ativos mais arriscados.

Mais tarde, entretanto, o sentimento nos mercados mudou depois que a diretora do Fed Michelle Bowman disse que o momento de cortar a taxa de juros pode estar se aproximando rapidamente, pois ela está cada vez mais preocupada com os riscos para o mercado de trabalho.

“Caso as pressões inflacionárias permaneçam contidas, eu apoiaria a redução da taxa de política monetária já em nossa próxima reunião (em julho), a fim de aproximá-la de sua configuração neutra e sustentar um mercado de trabalho saudável”, disse Bowman em evento em Praga, na República Tcheca.

No momento, operadores continuam precificando que o banco central dos EUA voltará a cortar os juros somente em setembro, mas as falas de Bowman provocavam quedas nos rendimentos dos Treasuries, o que afetava a moeda norte-americana.

O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,21%, a 98,710.

Com isso, a divisa foi atenuando sua força gradualmente nos mercados globais, em movimento que se refletiu na mudança de direção no Brasil.

Nos próximos dias, as atenções dos investidores se voltarão para dados de inflação e comentários de autoridades de bancos centrais tanto no Brasil quanto nos EUA.

Novidades sobre as disputas comerciais recentes também podem movimentar os mercados, enquanto se aproxima o prazo para o fim da pausa das tarifas abrangentes dos EUA no início de julho, com o país ainda em negociações com seus principais parceiros, como o Japão e a União Europeia.

*Com informações de Reuters