05/09/2025 - 11:30
O dólar aprofundou suas perdas ante o real na manhã desta sexta-feira, acompanhando o recuo da moeda norte-americana frente às demais divisas no exterior. Ao mesmo tempo, o Ibovespa sobe. Os agentes do mercado financeiro aumentaram as expectativas para um corte de juros nos EUA após a divulgação do novo relatório de emprego do país, o que amplia o apetite por risco.
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Às 11h24, o dólar recuava 1%, com preço de R$5,390 na venda. O Ibovespa avançava 1,20%, negociado a 142.676,20 pontos.
Por volta das 11h, o principal índice da B3 chegou a atingir sua máxima histórica, de 143.402,28 pontos, quando subiu 1,71%.
Dólar e o Payroll
A moeda norte-americana já iniciou a sessão em baixa, com investidores à espera dos dados do relatório payroll. Com a divulgação dos números às 9h30, que vieram piores que o esperado, a queda das cotações se aprofundou.
A economia dos EUA criou 22 mil postos de trabalho em agosto, abaixo dos 75 mil postos da mediana de pesquisa da Reuters com economistas. A taxa de desemprego, por sua vez, ficou em 4,3%, em linha com o projetado.
Após a divulgação dos números, os rendimentos dos Treasuries apresentavam fortes baixas, em meio à leitura de que o caminho para o Fed cortar juros este mês está aberto. Às 9h55, o rendimento do Treasury de dois anos — que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo — tinha queda de 10 pontos-base, a 3,489%.
A perspectiva de corte de juros nos EUA fazia o dólar aprofundar perdas não apenas ante o real, mas também em relação às demais divisas no exterior. O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,60%, a 97,640.
Ibovespa próximo da máxima histórica
Após a divulgação, os mercados de ações do exterior, sobretudo em Nova York, ganharam fôlego e os juros dos rendimentos dos Treasuries aceleraram queda, influenciando os ativos brasileiros.
“Temos um combo bastante positivo para o Brasil nesta manhã, em que lá fora há um maior apetite por risco também nas demais bolsas, tanto Estados Unidos como Europa. Um grande destaque também é para a queda do DXY. Tem enfraquecimento do dólar frente a outras moedas no exterior, o que acaba colaborando para um fortalecimento do real frente ao dólar”, afirma Bruna Sene, analista de renda variável da Rico.
Parte das atenções do mercado esteve também voltada para entrevista coletiva do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, convocada nesta manhã para as 11h.
Galípolo estará acompanhado dos diretores de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, Izabela Correa; e de Regulação, Gilneu Vivan. O tema da coletiva são as medidas de reforço da segurança do Sistema Financeiro Nacional aprovadas em reunião da diretoria do BC. Uma das medidas será a criação de um teto para transferência de recursos por Pix e TED.