O Ibovespa subia e o dólar recuava nos primeiros negócios desta segunda-feira, 4. Os mercados globais seguem ponderando sobre a perspectiva de juros mais baixos nos Estados Unidos, enquanto investidores nacionais monitoram o impasse comercial entre Brasil e EUA.

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Por volta das 16h05, o Ibovespa subia 0,28%, negociado a 132.810,16 pontos. Já o dólar recuava 0,56%, com preço de R$ 5,512 na venda.

Com alta de cerca de 1%, as ações da Vale presa entre as altas do dia na bolsa de valores brasileira, em meio ao avanço dos preços futuros do minério de ferro no exterior.

Mercado aposta em juros mais baixos dos EUA e dólar cai

Os movimentos do real nesta sessão tinham como pano de fundo a baixa volatilidade da moeda norte-americana no exterior, o que consolidava os ganhos que a maioria das divisas teve frente ao dólar na sexta-feira, depois que os EUA apresentaram dados fracos para seu mercado de trabalho.

Os números abaixo do esperado para a criação de empregos em julho e as revisões acentuadas para os dois meses anteriores fomentaram as apostas de operadores de que o Federal Reserve poderá cortar a taxa de juros já em seu próximo encontro, em setembro.

No momento, os operadores precificam 93% de chance de os membros do Fed reduzirem os juros em 0,25 ponto percentual no próximo mês, segundo dados da LSEG.

“O relatório de julho transmitiu uma mensagem dupla: criação de empregos mais fraca do que o esperado no mês, junto de revisões significativas para baixo. Dada a ênfase de Powell (chair do Fed) nos desenvolvimentos do mercado de trabalho, essa divulgação fortalece o argumento a favor de um corte de juros em setembro”, disseram analistas do BTG em relatório.

Juros mais baixos nos EUA tendem a derrubar os rendimentos dos Treasuries, o que, em consequência, pressiona o dólar nos mercados globais. No Brasil, após a divisa norte-americana fechar a sexta-feira em baixa de 0,98%, a R$5,5453, a perspectiva para a taxa de juros do Fed continuava favorecendo o real.

O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,02%, a 98,637.

Relações Brasil – EUA

Por outro lado, o mercado nacional continua cauteloso diante das tensões comerciais recentes entre Brasil e EUA, depois que o presidente norte-americano, Donald Trump, impôs na última quarta-feira uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros, mesmo que excluindo uma série de setores da taxação.

A expectativa agora é por uma conversa entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, nesta semana, o que poderia permitir em outro momento uma ligação entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ao longo desta semana, outros fatores também podem impactar as negociações no mercado cambial.

Já nesta segunda-feira, o Ministério do Trabalho e Emprego divulgará os dados do Caged de junho, às 14h30. Na terça, o Banco Central publicará pela manhã a ata de sua reunião da semana passada, quando manteve a taxa Selic no patamar de 15%.

Mais cedo, especialistas consultados pelo Banco Central em sua pesquisa Focus reduziram pela 10ª semana seguida a perspectiva para a inflação neste ano. O levantamento apontou que a expectativa para a alta do IPCA neste ano caiu em 0,02 ponto percentual, indo a 5,07%.