O dólar encerrou rondando a estabilidade nesta sexta-feira, 14, fechando a semana pouco abaixo dos R$ 5,30, registrando queda acumulada de 0,70% nas últimas cinco sessões. Já o Ibovespa tem resultado semanal positivo de 2,39%.

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O dólar à vista fechou a sexta-feira em variação negativa de 0,01%, aos R$ 5,2976 na venda. Esta é a quinta semana consecutiva de quedas em relação ao real. No ano, queda acumulada é de 14,26%. + Veja cotações

Às 17h05, o contrato de dólar futuro para dezembro — atualmente o mais negociado no Brasil — subia 0,08% na B3, aos R$ 5,3130.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,37%, a 157.739,50 pontos, chegando a 158.366,25 na máxima e marcando 156.655,68 na mínima.

Na semana, acumulou uma valorização de 2,39%, no quinto ganho semanal seguido, atingindo uma alta de 5,49% no mês.

O volume financeiro na bolsa nesta sexta-feira somava R$ 23,2 bilhões antes dos ajustes finais.

O dólar no dia

A sexta-feira foi mais um dia de oscilações limitadas do dólar no Brasil, sem que o noticiário interno ou externo apresentasse gatilhos fortes para operações.

Os receios em torno das ações de tecnologia em Wall Street e as dúvidas sobre um novo corte de juros nos EUA em dezembro, após declarações recentes de autoridades do Federal Reserve, penalizaram os ativos de risco durante a primeira metade da sessão, mas ainda assim o câmbio no Brasil seguiu acomodado.

Após marcar a cotação máxima intradia de R$5,3180 (+0,37%) às 9h22, ainda na primeira meia hora de negócios, o dólar à vista atingiu a mínima de R$5,2737 (-0,46%) às 12h47. Depois disso, se reaproximou da estabilidade e assim seguiu até o fechamento.

No exterior, o dólar também oscilou entre altas e baixas durante o dia. Às 17h10, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,05%, a 99,286.

Pela manhã, o Banco Central vendeu 45.000 contratos de swap cambial para rolagem do vencimento de 1º de dezembro.

Na próxima segunda-feira, às 10h30, o BC fará leilão de linha (venda de dólares com compromisso de recompra) de US$1,25 bilhão, visando a rolagem do vencimento de 2 de dezembro.

O dia do Ibovespa

Na visão do gestor, Ângelo Belitardo, da Hike Capital, sinais reforçando a narrativa de alívio inflacionário e expectativas de que o Banco Central possa começar um ciclo de redução na Selic contribuíram para novos recordes do Ibovespa.

Alguns resultados corporativos positivos, citou, também corroboraram a performance no mês, assim como uma melhor relação entre os Estados Unidos e a China trouxe alívio.

Belitardo destacou, contudo, que alguns riscos estruturais permanecem no radar dos analistas, principalmente do ponto de vista das contas públicas.

No exterior, Wall Street fechou sem um sinal único, com investidores à espera do balanço da Nvidia na próxima semana e preocupados com a possibilidade de o Federal Reserve adiar o corte da taxa de juros dos Estados Unidos em dezembro.

DESTAQUES

– LOCALIZA ON subiu 4,78%, um dia após divulgar o balanço do terceiro trimestre, com executivos afirmando que a companhia está conseguindo comprar veículos novos a preços menores e vendendo carros usados a valores maiores que em períodos anteriores, o que coloca a companhia num “próximo ciclo” de eficiência no próximo ano.

– MBRF ON disparou 11,98%, na sexta alta seguida, ampliando a recuperação em novembro, após desempenho negativo em setembro e outubro. Parte da reação tem suporte na retomada das compras de carne de frango do Brasil pela China, anunciada neste mês, que, segundo executivos da companhia, abre oportunidades para reverter uma queda nos preços dos produtos in natura.

– PETROBRAS PN avançou 0,65%, endossada pela alta dos preços do petróleo no exterior, onde o barril sob o contrato Brent subiu 2,19%, a US$64,39. Agentes financeiros também seguem na expectativa da divulgação do novo plano de negócios da estatal, prevista para o final do mês. PETROBRAS ON fechou com acréscimo de 0,78%.

– VALE ON recuou 0,61%, em meio a dados mais fracos do que o esperado sobre produção industrial na China. A mineradora também estimou provisão adicional de aproximadamente US$500 milhões para 2025 relacionada a obrigações decorrentes do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), em 2015.

– BANCO DO BRASIL ON encerrou em baixa de 0,27%, ainda sob pressão de ajustes na esteira do resultado trimestral e corte na previsão do lucro para o ano, sem sustentar a tentativa de recuperação registrada em parte da sexta-feira. ITAÚ UNIBANCO PN e SANTANDER BRASIL UNIT avançaram 0,4% e 0,6%, mas BRADESCO PN cedeu 0,05%.

– CYRELA ON subiu 3,86%, com executivos da construtora sinalizando expectativa de uma dinâmica de geração de caixa no quarto trimestre próxima de neutra, e positiva no ano que vem. Na véspera, a Cyrela reportou lucro líquido de R$609 milhões no terceiro trimestre, alta de 29% sobre o resultado obtido no mesmo período do ano passado.

– CPFL ENERGIA ON valorizou-se 2,44%, após reportar uma alta do lucro no terceiro trimestre, mesmo em meio a um cenário desafiador e de perdas no negócio de geração renovável, com o presidente-executivo afirmando que confia que uma solução de ressarcimento por cortes da produção de suas eólicas está próxima.

– YDUQS ON desabou 6,94%, após o balanço do grupo de educação no terceiro trimestre mostrar lucro líquido de R$98 milhões, queda de 35,5% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado.

– IRB(RE) ON perdeu 2,44%, tendo no radar o resultado do terceiro trimestre do ressegurador, com queda de 15% no lucro líquido ano a ano, para R$99 milhões.

– DASA ON, que não faz parte do Ibovespa, disparou 19,27%, após mostrar lucro líquido de operações continuadas de R$97 milhões no terceiro trimestre, revertendo prejuízo de R$87 milhões um ano antes. Na vertical Diagnósticos, a receita aumentou 12%, conforme balanço que mostrou também margem bruta ficou em 33,8%, de 28,8% um ano antes.

– OI ON, que também não está no Ibovespa, saltou 11,11% após a Justiça do Estado do Rio de Janeiro, em decisão monocrática, suspender sentença anterior que converteu a recuperação judicial do grupo de telecomunicações em falência. OI PN disparou 24,28%.