18/06/2025 - 17:25
A expectativa antes das decisões sobre juros do Federal Reserve e, em especial, do Banco Central do Brasil manteve o mercado de câmbio travado nesta quarta-feira, com o dólar encerrando a sessão muito próximo da estabilidade ante o real, pouco acima dos R$ 5,50.
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O dólar à vista fechou em leve alta de 0,07%, aos R$ 5,5012, já após o anúncio do Fed, mas com investidores à espera da decisão do BC brasileiro, ainda na noite desta quarta. No ano, o dólar acumula baixa de 10,97%. Veja cotações.
Às 17h03 na B3 o dólar para julho — atualmente o mais líquido no Brasil — subia 0,10%, aos R$ 5,5125.
O Ibovespa fechou com um declínio tímido nesta quarta-feira, em meio à análise de decisão e perspectivas econômicas do banco central dos Estados Unidos e tendo o conflito entre Irã e Israel ainda no radar, enquanto Embraer foi destaque de alta com notícias positivas da Paris Air Show.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com decréscimo de 0,09%, a 138.625,79 pontos, de acordo com dados preliminares, após uma sessão sem sinal único, na qual marcou 138.716,64 pontos na mínima e 139.160,55 pontos na máxima do dia.
O volume financeiro nesta véspera de feriado, também marcada pelos vencimentos de opções sobre o Ibovespa e do índice futuro, somava R$ 20,46 bilhões antes dos ajustes finais.
Agentes financeiros ainda aguardam a decisão de juros do Banco Central no Brasil nesta quarta-feira, sem consenso sobre o desfecho da reunião de dois dias do Comitê de Política Monetária (Copom) — se uma alta de 0,25 ponto percentual ou estabilidade dos atuais 14,75% ao ano.
O dólar no dia
As preocupações em torno do conflito entre Israel e Irã deram alguma sustentação ao dólar nas primeiras horas da sessão, mas a divisa teve dificuldades para se manter em alta ante o real.
Mais do que a disputa no Oriente Médio, o mercado brasileiro manteve o foco nas decisões de juros da “superquarta”, no Brasil e nos Estados Unidos. Por conta disso, investidores pouco se movimentaram durante o dia.
Após marcar a cotação máxima de R$5,5123 (+0,27%) às 9h50, o dólar à vista atingiu a mínima de R$5,4756 (-0,39%) às 11h09. Da máxima para a mínima a variação foi de apenas -0,67%, em um claro sinal de que o mercado de câmbio estava engessado.
A decisão do Federal Reserve, no meio da tarde, pouco alterou o cenário. O Fed informou, como esperado, a manutenção dos juros na faixa de 4,25% a 4,5%, indicando que espera por pelo menos dois cortes da taxa ainda em 2025. Após a decisão, o dólar seguiu oscilando próximo da estabilidade no Brasil.
Mais do que para o Fed, a ansiedade do mercado se manteve voltada para a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, marcada para depois das 18h30, quando os negócios já estarão fechados.
No mercado de renda fixa, a precificação indicava pouco mais de 60% de probabilidade de o colegiado elevar a taxa básica Selic em 25 pontos-base, de 14,75% para 15,00% ao ano. Pouco menos de 40% das chances apontavam para manutenção em 14,75% ao ano.
Com as apostas bastante divididas, os participantes do mercado de câmbio preferiram aguardar pelo Copom.
No exterior, o dólar tinha sinais mistos ante as demais divisas no fim da tarde, sustentando leves ganhos ante uma cesta de moedas. Às 17h12, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,07%, a 98,906.
Pela manhã, em sua operação diária de rolagem, o Banco Central vendeu toda a oferta de 35.000 contratos de swap cambial tradicional.