O Ibovespa recuava nos primeiros negócios desta quinta-feira, 31, com Vale entre as pressões de baixa, acompanhando o declínio dos futuros de minério de ferro na China e dados mais fracos da segunda maior economia do mundo. Já o dólar abriu a sessão em leve baixa, mas saltou para o território positivo e voltou a superar os R$5,60.

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Às 10h38, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, cedia 0,93%, a 132.768,10 pontos. Já o dólar registrava alta de 0,75%, com preço de R$5,616 na venda.

Vale puxa queda do Ibovespa

Já a Vale recuava diante dos dados da China. Nesta quinta-feira, os preços futuros do minério de ferro caíram pela segunda sessão consecutiva, atingindo os níveis mais baixos em duas semanas, já que foram divulgados dados mais fracos do que o esperado da atividade fabril chinesa de julho. O país é o principal mercado consumidor de minério.

A atividade industrial da China encolheu pelo quarto mês consecutivo em julho, segundo uma pesquisa oficial divulgada na quinta-feira, sugerindo que os efeitos do aumento das exportações antes da elevação das tarifas dos EUA começaram a desaparecer, enquanto a demanda doméstica permaneceu lenta.

Dólar e os juros

O dólar ganhava força ante outras divisas após o Federal Reserve ter mantido na véspera sua taxa de juros na faixa de 4,25% a 4,50%, com o chair da instituição, Jerome Powell, indicando não ter pressa em reduzir os juros — algo que, em tese, é favorável à moeda norte-americana. Powell também deu poucas informações sobre quando os juros poderão cair novamente.

No Brasil, a disputa pela formação da Ptax de fim de mês também influenciava os preços. Calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros tentam direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa).

Outro fator de atenção era a questão comercial, após os Estados Unidos confirmarem na véspera uma tarifa de 50% para os produtos brasileiros, mas excluírem da cobrança uma série de itens — de suco de laranja e aeronaves civis até celulose e produtos petrolíferos.

Nesta quinta-feira o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo brasileiro vai recorrer da decisão dos Estados Unidos. Segundo ele, o plano de contingência do governo também será recalibrado após as exclusões anunciadas por Washington.