08/10/2025 - 17:47
Os investidores do mercado de câmbio brasileiro operaram nesta quarta-feira, 8, em compasso de espera pela votação, no Congresso, da medida provisória que trata da taxação de aplicações financeiras, o que fez o dólar fechar o dia praticamente estável ante o real. O dólar à vista encerrou a sessão em leve baixa de 0,13%, aos R$ 5,3430. No ano, a divisa acumula baixa de 13,53%.
A moeda norte-americana registrou altas e baixas ante o real em diferentes momentos da manhã, mas sem força suficiente para manter uma tendência. A expectativa pela votação da MP no Congresso – considerada essencial para que o governo garanta arrecadação para fechar as contas – reduziu a liquidez no mercado de câmbio e manteve as cotações muito próximas da estabilidade durante a maior parte do dia.
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O dólar à vista variou entre a cotação máxima de R$5,3638 (+0,25%), às 9h02, e a mínima de R$5,3298 (-0,38%), às 10h13, para depois oscilar dentro desta margem estreita.
Operador ouvido pela Reuters pontuou que, além da cautela antes da votação da MP, o fato de a divulgação de indicadores econômicos estar congelada nos EUA, em função da paralisação parcial do governo, travava as operações no Brasil.
No exterior, o dólar sustentava ganhos ante o iene e o euro pela terceira sessão consecutiva, em meio ao processo de formação de novos governos no Japão e na França. Às 17h04, o índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas – subia 0,22%, a 98,849. No entanto, a moeda norte-americana cedia ante divisas pares do real, como o peso chileno, a lira turca e o peso mexicano.
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Pela manhã, o Banco Central vendeu 40 mil contratos de swap cambial para rolagem dos vencimentos de novembro. À tarde, o BC informou que o Brasil registrou fluxo cambial total negativo de US$ 223 milhões em setembro.
Retomada do Ibovespa
O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira, 8, em meio a ajustes, após cair em quatro dos cinco primeiros pregões de outubro, com Petrobras freando uma recuperação mais robusta do índice, apesar do avanço do petróleo no exterior.
O cenário fiscal brasileiro também refreou os ânimos, com governo e aliados correndo contra o tempo para aprovar na Câmara dos Deputados e no Senado a medida provisória que trata da taxação de aplicações financeiras – ou ela perderá a validade.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,56%, a 142.145,38 pontos, tendo chegado a 142.385,02 pontos na máxima e 141.356,43 pontos na mínima do dia. O volume financeiro somou R$ 19,87 bilhões.
Para o head da mesa de renda variável e sócio da GT Capital, Anderson Silva, a bolsa tem refletido nos últimos pregões um movimento de correção após renovar máximas históricas.
Silva citou que as empresas do Ibovespa vêm reportando bons resultados desde o começo do ano, salvo exceções, e que a temporada dos números do terceiro trimestre não deve ser um componente desfavorável para as ações na bolsa paulista.
“Acredito que o problema para o nosso mercado não andar mais não está nos resultados das empresas, mas nas incertezas …em relação às mudanças de ‘regras do jogo’…por exemplo, o que está para ser votado na chamada ‘MP dos impostos.”
Destaques
- B3 ON subiu 3,43%, também experimentando uma trégua após cinco quedas seguidas, período em que acumulou uma perda de 8,7%. No setor financeiro, BTG PACTUAL UNIT avançou 3,04% e BRADESCO ON subiu 1,61%, enquanto ITAÚ UNIBANCO PN encerrou com elevação de 0,19% e SANTANDER BRASIL UNIT e BANCO DO BRASIL ON cederam 0,21% e 0,42%, respectivamente.
- PETROBRAS PN recuou 0,58%, descolada da alta dos preços do petróleo no exterior, onde o barril sob o contrato Brent fechou em alta de 1,22%. PETROBRAS ON caiu 1%. A presidente-executiva da estatal afirmou nesta quarta-feira que a Petrobras planeja investimentos de aproximadamente R$2,6 bilhões na Bahia, incluindo encomendas para o setor naval e fábrica de fertilizantes no Estado. No setor, BRAVA ON foi destaque negativo com queda de 3,1%.
- VALE ON fechou com elevação de 0,77%, também respondendo por um apoio relevante, enquanto permanece sem o referencial da China por feriado.
- GRUPO ULTRA ON avançou 5,54%, em dia de recuperação, após cinco quedas seguidas, quando somou um declínio de mais de 6%. No setor de distribuição de combustíveis, nesta quarta-feira, VIBRA ON subiu 2,21% e RAÍZEN PN registrou elevação de 2,22%.
- AUREN ENERGIA ON subiu 2,27%, tendo como pano de fundo relatório do Goldman Sachs iniciando a cobertura da ação com recomendação de compra e preço-alvo de R$13,50.
- HYPERA ON caiu 5,02%, completando cinco sessões de queda e marcando mínimas desde abril.
- CBA ON, que não faz parte do Ibovespa, disparou 8,11%, ainda sob efeito de expectativas envolvendo uma oferta pela companhia. Na véspera, a Reuters noticiou que a Emirates Global Aluminium explora oferta de compra da CBA.
- DESKTOP ON, que também não está no Ibovespa, saltou 9,91%, após a companhia de banda larga confirmar conversas preliminares não vinculantes com a Claro sobre uma potencial transação. No entanto, acrescentou que, até o momento, não houve acordo sobre preço, estrutura e demais condições.
- MÉLIUZ ON, que também não é parte do Ibovespa, avançou 4,01%, após aprovar um programa de recompra de até 9,1 milhões de ações, representando 10% dos papéis em circulação. A empresa acrescentou que possui atualmente 604,69 bitcoins e R$71,5 milhões em caixa.